Política

O Porto que foi e é a "coluna vertebral" do país

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O Porto "foi e continua a ser o ponto justo de equilíbrio"
no País, mesmo em momentos da História que mostraram a dualidade de "um
interior arcaico e uma capital desmesurada". Nas circunstâncias mais adversas, "enquanto
o investimento público se concentrava na capital", o Porto, "sem lugar nessa
mesa, porfiou" - assinalou o presidente da Câmara, ao início desta noite, antes do concerto de órgãos na Sé
Catedral, integrado nas comemorações do 10 de Junho, a que assistiram o Chefe de Estado, o primeiro-ministro, o presidente da Assembleia da República e o bispo do Porto, entre outras individualidades.


Num discurso atento ao Portugal que foi e àquele que se
deseja, Rui Moreira marcou o caráter da Invicta. Citando Jaime Cortesão, falou de uma cidade que sempre deu ao povo português "coluna vertebral",
"indispensável" antes e "neste novo Portugal ousado, inventivo, estudioso,
sagaz e indómito".


"Mesmo quando a crise nos bateu à porta, o Porto foi sempre
o fiel da balança. Sem nunca esmorecer. Com boas contas, com a severidade do
seu granito" - lembrou o autarca, que usou também as palavras de Bénard da
Costa para deixar claro que "esta cidade foi sempre um país que respeita e se
respeita".


Do passado ao presente, mantém-se o sentido de identidade.
Por "muitas queixas que tenhamos e não calamos, nós, os portuenses, temos
honra, como poucos ou nenhuns, em sermos portugueses", declarou o presidente da
Câmara. Por isso mesmo, "nunca deixámos de corresponder, apesar de também
sabermos que, no fim de cada crise, o papel do Porto volta, inevitavelmente, a
ser esquecido".


Antevendo que "não faltará quem veja neste discurso algum
bairrismo", Rui Moreira antecipou a resposta com as palavras de Sophia de Mello
Breyner Andresen: "Nasci no Porto, sei o nome das flores e das árvores e não
escapo a um certo bairrismo".


A música chegou depois, pelos três órgãos restaurados da Sé
do Porto. Após o concerto, uma sessão de fogo-de-artifício marcou o final do
primeiro dia do programa do 10 de Junho da Presidência da República. Neste sábado, é Portugal
inteiro (o país que, mesmo com os seus desequilíbrios "vive bem com a sua
geografia, a sua língua e cultura", diria Rui Moreira) que se celebra em
cerimónias nas avenidas de Montevideu e Brasil, onde cresce o horizonte.