Cultura

O Douro é o palco da contagem decrescente para o North Music Festival

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Algumas das bandas que integram o cartaz do North Music Festival reuniram-se num passeio pelo rio Douro que serviu para apresentar o alinhamento completo do evento. Artistas estão esperançados neste regresso à atividade e a organização quer que os festivaleiros se sintam seguros e tenham confiança.

Está a chegar a quarta edição do North Music Festival, o evento que coloca a bússola da música a apontar para o norte. Após o adiamento, em 2020, devido à pandemia, a organização aposta no regresso deste festival “urbano e transversal”, com o objetivo de superar a edição anterior, quando passaram pelo evento 28 mil pessoas.

De 30 de setembro a 2 outubro, a Alfândega do Porto vai ser o palco por onde vão passar quase duas dezenas de bandas. The Script, OneRepublic e The Waterboys são os nomes internacionais de um cartaz que contempla muitos artistas portugueses: dos consagrados GNR e Ornatos Violeta até Capicua e David Fonseca.

“Queremos fazer o melhor evento de sempre e que as pessoas que compraram bilhete se sintam seguras e tenham confiança”, sublinhou o diretor do North Music Festival, Jorge Veloso, durante a apresentação do cartaz de 2021 do evento, feito num passeio de barco pelo Douro. O mesmo responsável garantiu que a organização está preparada para as exigências sanitárias que possam vir a ser aplicadas: “Estamos dependentes de normas, de autorizações, mas estou convicto que em outubro estaremos numa nova normalidade. Estamos a trabalhar com uma empresa de saúde populacional e ninguém entrará sem ter o certificado digital de vacinação, ou apresentar um teste. Teremos também um posto móvel de testagem, para precaver eventuais falhas e fazer testes a que não trouxer feito.”

Presente na cerimónia, o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, congratulou-se pelo regresso da música e animação ao Porto. “Este festival já marca muito a cidade, tem muitos músicos do Porto. É fantástico pensar que vamos voltar à normalidade. Este tempo foi terrível, mas permitiu-nos perceber aquilo de que gostamos e a que damos valor. Precisamos de recomeçar e reabrir a cidade. É importante para os músicos. Vamos recomeçar, vamos fazer o ‘reset’ da cidade”, apontou o autarca, lembrando outro grande evento musical que em breve visitará o Porto: “No fim de outubro vamos ter cá o Womex. Vamos ter 90 países aqui, vamos ter um grande festival.”

Ornatos Violeta celebram 30 anos de existência

O North Music Festival marcará uma data especial para uma banda muito querida da cidade. Os Ornatos Violeta completam 30 anos, e que local melhor para celebrar a data do que o Porto: “Antes de mais, significa uma perspetiva de voltar ao trabalho. É uma esperança de que tudo corra bem e sintamos que este novo começo é sólido. Por coincidência, calhou este convite ser-nos feito na altura em que fazemos 30 anos. Juntou-se isso e o facto de ser no Porto, que é a nossa cidade”, realçou Manel Cruz em conversa com o portal Porto.

“Os 30 anos são, para nós, uma data de celebração, muito embora não sejam 30 anos de carreira. Nós fazemos 30 anos de existência, o que é um bocado diferente. Para nós é na mesma um motivo de celebração. Acabou por ser uma feliz coincidência ser na cidade do Porto, e numa altura em que está tudo parado. Este concerto pode representar o regresso a uma normalidade muito desejada. Abre perspetivas de que as coisas fiquem um bocadinho melhores. Esse espírito positivo está em nós e vai-nos guiar a um concerto que espero seja especial”, corroborou Kinörm.

Numa retrospetiva aos 30 anos da banda, os Ornatos Violeta fazem um balanço largamente positivo. “Sempre foi o humor que nos juntou, o sermos amigos. Aquilo que nos passava pela cabeça era brincar às bandas. E a brincadeira ficou séria”, admitiu Manel Cruz. “Todos nós tínhamos sonhos e expectativas. Algumas delas foram completamente goradas, outras nem por isso”, completou Kinörm. Para Elísio Donas, a banda ultrapassou os sonhos: “Olhando para aquilo que aconteceu ao longo dos anos, se calhar não esperávamos estar aqui com tanta gente a querer ver-nos tocar e a ouvir-nos passados estes 30 anos. Com tanta gente nova ainda a descobrir-nos.”

Ouvir o resultado do confinamento

Nascidos em 2015, os Paraguaii também vão atuar no primeiro dia desta quarta edição do North Music Festival. “Estamos à espera de poder dar um concerto dentro de uma maior normalidade possível. Se calhar essa é a grande expectativa”, confessou Giliano Boucinha.

A banda passou o período de confinamento a trabalhar em novas criações: “Dentro das dificuldades todas por que os artistas passaram, acabámos por aproveitar o tempo para fazer trabalho de estúdio, trabalhar em outras composições que fomos fazendo ao longo do período de pandemia. Acabámos por lançar um disco este ano, em março, e foi basicamente isso o que estivemos a fazer durante o confinamento”, acrescentou o músico.

Os Ornatos Violeta são os cabeças de cartaz do primeiro dia do festival, a 30 de setembro, num dia em que também atuam Linda Martini, ZEN, Paus, Paraguaii e Pedro Da Linha. O Dia Mundial da Música, 1 de outubro, é celebrado com concertos dos OneRepublic, David Fonseca, Capicua, Domingues, T-Rex e Throes + The Shine. A fechar o certame estão a banda irlandesa The Script, os escoceses The Waterboys e os GNR. Também a 2 de setembro sobem ao palco os Keep Razors Sharp, os Cassete Pirata e Moullinex com Xinobi.

Os bilhetes diários têm o valor de 50 euros, enquanto o passe geral custa 90 euros em pré-venda. Consulte mais informações no site do North Music Festival.