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Novo romance de Miguel Sousa Tavares aborda a pandemia de Covid-19

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Miguel Sousa Tavares apresentou a sua mais recente obra, “Último Olhar”, no Auditório da Biblioteca Municipal Almeida Garrett. Sem desvendar a trama, revelou que o romance, além de refletir sobre a vida e o seu fim, inclui nas suas páginas uma realidade muito atual: a pandemia.

Na primeira fila e também por breves minutos no palco do Auditório da BMAG, para proferir algumas palavras sobre o escritor e a sua obra, esteve o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, amigo de longa data de Miguel Sousa Tavares.

O autor de “Último Olhar”, que fez questão de apresentar o seu novo livro na cidade que o viu nascer há 69 anos, havia de dizer, na conversa com o anfitrião da sessão, o jornalista e escritor Sérgio Almeida, que começou a escrever este romance durante o confinamento e que, naturalmente, o contexto pandémico acabou por fazer parte do enredo.

Na conversa, que decorreu ao final da tarde da última sexta-feira, e que sucedeu ao público anúncio da despedida de Miguel Sousa Tavares a uma carreira de 45 anos no jornalismo, o escritor partilhou que o livro é também um ato reflexivo sobre a solidão, a possibilidade de barbárie em sociedades civilizadas, mas também sobre histórias de vida cheias.

Neste particular, sobre a vida de Pablo, personagem principal da história de “Último Olhar”, um homem de 93 anos que viveu a guerra civil espanhola (1936-1939), os campos de refugiados da guerra em França e esteve quatro anos no campo de extermínio nazi em Mauthausen, na Áustria.

A obra remete, assim, para décadas de história europeia, ao colocar em diálogo personagens da ficção que abordam contextos reais de acontecimentos que marcaram os séculos XX e XXI. Em paralelo, é um exercício à observação, sobre o que significa ser-se velho e a herança inapagável que trazem as mulheres e os homens que se encontram no último período das suas vidas.

Miguel Sousa Tavares é filho da poeta e escritora Sophia de Mello Breyner Andresen e do advogado e político Francisco Sousa Tavares.

O também comentador político publicou em 2010 o seu primeiro romance, “Equador”, que vendeu mais de 400 mil exemplares em Portugal, foi traduzido em 12 línguas e adaptado a uma série televisiva.

Já escreveu títulos de literatura infantil e de viagens, tendo-se estreado na ficção com “Não te Deixarei Morrer, David Crockett” (2001). Sousa Tavares é ainda autor de “Rio das Flores”, “No Teu Deserto” e “Madrugada Suja”.