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Novas carruagens do Metro já arrancaram rumo às metas carbónicas e à sustentabilidade social

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Às 11 horas da manhã desta quarta-feira, o Metro do Porto transportou os primeiros passageiros nas novas composições. Viagem inaugural levou o primeiro-ministro, o presidente da Câmara do Porto e os ministros do Ambiente, da Presidência e das Finanças até à Casa da Música e abriu caminho ao transporte de cerca de 80 milhões de passageiros rumo à meta da neutralidade carbónica, mas também da sustentabilidade económica e social.

"Esta intervenção maior no transporte público vai mudar o paradigma das nossas cidades, vai garantir a sustentabilidade ambiental de que todos falamos, mas tem outra sustentabilidade que é a económica e social", sublinhou Rui Moreira.

As 18 novas composições CT da Metro do Porto (15 delas já em funcionamento), um investimento de 56 milhões de euros, financiados pelo Fundo Ambiental e pelo Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos, são as primeiras a entrar em funcionamento, mas a aquisição de outras 22 está, também, já autorizada, por 74 milhões de euros.

Para o presidente da Câmara do Porto, este aumento de capacidade é "necessário face a uma crescente procura". Apesar dos "constrangimentos do que é construir uma rede de metro na cidade", Rui Moreira garante que "o transporte público é, para nós, uma prioridade" e reforça que a aposta "é fundamental" para que as pessoas tenham "um transporte público fiável, de grande qualidade a um preço acessível".

"Quando tivermos esta rede preparada e completa, vai ser, seguramente, um ganho enorme para a população, para o futuro da nossa cidade", acredita o autarca.

Investimento na Metro do Porto é investimento em quem vive a cidade

Mostrando-se "particularmente grato" por ter estado no Porto nos vários momentos que culminaram nesta primeira viagem, o primeiro-ministro garantiu que o investimento que está a ser feito no Metro do Porto, entre composições, extensões e novas linhas, "não é investimento numa instituição pública. É um investimento num serviço público de transporte que é prestado a todos os cidadãos".

"O dinheiro que chega ao Metro do Porto não fica no Metro do Porto, traduz-se em investimento para todos aqueles que vivem, trabalham ou visitam" a cidade, reforçou António Costa, certo de que "para transformarmos o paradigma de mobilidade, não basta estender rede, é preciso que cada um dos utentes sinta que o preço é mais acessível e que a viagem é mais cómoda".

O primeiro-ministro olha esta aposta, também, do ponto de vista ambiental. Referindo exemplos em que o país está na frente no compromisso da neutralidade carbónica, António Costa lembra, no entanto, que "esta meta não se alcança estando parados. Alcança-se fazendo os investimentos que estamos a fazer na área da energia, mas também na mobilidade".

Melhores comportamentos para melhor mobilidade

No mesmo sentido, também o ministro do Ambiente considerou que "para o país, para o ambiente, para melhorar a qualidade de vida no Porto, estes investimentos são fundamentais".

Lembrando como estão "comprometidos, até 2030, cerca de cinco mil milhões de euros de investimento" no transporte público, Duarte Cordeiro defende a necessidade de "mudar aquilo que são os nossos comportamentos para poder atingir os objetivos" ambientais.

O ministro considera que "começamos a ver a luz no que diz respeito aos investimentos que planeámos, à execução, em concreto, do reforço da frota nos transportes públicos e que nos permitem ambicionar o objetivo de acrescentar utilizadores para o transporte público, que podem, de uma forma cómoda, rápida, libertar-se de outras formas de mobilidade".

18 novos veículos servem 80 milhões de passageiros

Da parte da Metro do Porto, o presidente do conselho de administração assumiu que "este momento é muito importante". "Estamos a falar de 18 veículos que vão acrescentar capacidade de oferta à empresa", garante Tiago Braga, adiantando que "vamos consegui atingir, este ano, praticamente 80 milhões de clientes".

Conselho de Ministros no grande centro de desenvolvimento do país

Questionado sobre a escolha da cidade para receber "o último Conselho de Ministros em que estamos em plenas funções", António Costa afirmou que "não podíamos deixar de o fazer se não naquele que é um dos grandes centros de desenvolvimento do nosso país".

"Juro que não viemos para ocupar, não é uma ação centralizadora, mas é, particularmente, simbólico porque o Porto é, não só a capital do Norte, a cidade Invicta, mas é, seguramente, a capital da descentralização", considera o primeiro-ministro.