Cultura

Nos 150 anos do seu desaparecimento, Júlio Dinis foi homenageado na Avenida das Tílias

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O escritor nascido no Porto, celebrado na edição de 2021 da Feira do Livro, foi homenageado na Avenida das Tílias. Antes do encerramento do festival literário, foi consagrada ao autor uma tília nos Jardins do Palácio de Cristal.

O descerrar da placa de atribuição formal de uma tília ao escritor nascido no Porto em 1839 aconteceu ao início da tarde deste domingo, na Avenida das Tílias, no preciso dia em que se assinalam os 150 anos do desaparecimento de Júlio Dinis. A cerimónia teve lugar após um momento formal que decorreu na Concha Acústica e se iniciou com um minuto de silêncio em homenagem ao antigo Presidente da República Jorge Sampaio, desaparecido na sexta-feira aos 81 anos.

“Estamos em dia de luto nacional pela morte do Presidente Jorge Sampaio. A exemplo do que está previsto na lei, foi o nosso entendimento, e teria sido certamente o entendimento do Presidente Jorge Sampaio, que todas as ações culturais deviam continuar a decorrer na cidade”, começou por afirmar o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira.

Esta edição da Feira do Livro do Porto, dedicada a Júlio Dinis, cumpriu o objetivo de “voltar a trazer a obra e vida deste grande escritor portuense para o primeiro plano”, congratulou-se o autarca, assinalando que “a obra de Júlio Dinis estará no centro do projeto educativo do Museu da Cidade durante todo o próximo ano letivo”. Tal vai materializar-se em torno de dois eixos: “O IMAGINÁRIO, publicação composta em fragmentos, que servirá de objeto de mediação e de introdução à leitura da obra de Júlio Dinis; e o HERBÁRIO, exposto na Extensão do Romantismo do Museu da Cidade, obra rara e tocante que ali estará acessível nos próximos meses e que constitui o ponto focal do programa de visitas guiadas, que logo desde a abertura do espaço ali promovemos e continuaremos a promover.”

“Neste contexto, gostaria de anunciar-vos que acabámos de concluir a aquisição de um conjunto de 58 documentos manuscritos originais de Júlio Dinis, que reúne textos dramáticos desde a sua juventude ao seu derradeiro romance ‘Os Fidalgos da Casa Mourisca’; cadernos pessoais, repletos de anotações, esboços literários e pequenos desenhos, mas também poesia, cartas para familiares e amigos, passando pelo ‘acerto de contas’ da primeira edição de ‘As Pupilas do Senhor Reitor’, seu primeiro grande êxito literário, saído dos prelos da tipografia do Jornal do Porto em 1867”, revelou o presidente da Câmara do Porto.

Em jeito de balanço, Rui Moreira sublinhou que a Feira do Livro do Porto na edição de 2021 foi “um êxito de público e também um sucesso em termos de vendas”. “Em condições muito semelhantes às do ano passado, e cumprindo regras de segurança estritas, o público afluiu como sempre acontece aos Jardins do Palácio de Cristal cumprindo o ritual de regresso à cidade, preparando a rentrée na companhia dos livros. As vendas que nos são reportadas atingem valores muito superiores a anos anteriores, o que é uma boa notícia”, frisou o autarca, agradecendo aos expositores, aos livreiros e à organização do certame.

Numa sessão que contou com a presença do presidente da Assembleia Municipal, Miguel Pereira Leite, dos vereadores do Executivo municipal e do coordenador programático da Feira do Livro, Nuno Faria, o presidente da Câmara do Porto concluiu a sua intervenção com o desejo que a iniciativa se mantenha nos Jardins do Palácio de Cristal, “um sítio extraordinário para receber a Feira do Livro”.

“Queria finalmente agradecer também a presença na abertura do senhor Presidente da República, que mais uma vez não deixou de aqui vir, para nos abraçar e nos incentivar ao livro, à cultura, aquilo que mais gostamos e apreciamos”, lembrou ainda.