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No Salão Nobre da Câmara do Porto deram-se as boas-vindas ao Ano Novo chinês

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As portas dos Paços do Concelho abriram-se para a comunidade chinesa em Portugal, que acorreu à cerimónia que assinalou a chegada do Ano Novo chinês. 2023 é o Ano do Coelho, quarto dos 12 signos do zodíaco chinês.

O vermelho é uma cor associada a sorte e prosperidade na cultura chinesa, e não faltou vermelho na cerimónia: ao pescoço de todos os convidados havia um cachecol vermelho, e eram também dessa cor os elementos decorativos presentes no edifício – as tradicionais lanternas chinesas deram um toque especial, que ficou registado em inúmeras fotografias tiradas com os telemóveis.

Rodeados por uma pequena multidão, o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, e o embaixador da República Popular da China em Portugal, Zhao Bentang, assistiram da rampa de acesso ao edifício dos Paços do Concelho ao espetáculo da Dança do Dragão, protagonizado por cerca de 60 alunos de escolas do Porto.

Na receção que se seguiu, no Salão Nobre, houve um momento musical com instrumentos chineses e os tradicionais cumprimentos. “Ao reunirmo-nos aqui hoje nesta celebração, estamos a enaltecer as relações históricas entre Portugal e a China e a sublinhar a importância social, económica e cultural da comunidade chinesa na nossa cidade”, começou por salientar o presidente da Câmara do Porto.

Evocando a história que liga os dois países, e que começou com “o desembarque do explorador Jorge Álvares na Ilha de Ling-Ting, no Rio das Pérolas, em 1513”, o autarca descreveu este acontecimento como “o início de uma fecunda relação intercultural entre Portugal e a China”. “O primeiro contacto do nosso país, e por extensão do Ocidente, com o antigo Império do Meio proporcionou uma intensa partilha de conhecimentos, técnicas, experiências e culturas que enriqueceu a História da humanidade”, acrescentou.

As relações sino-portuguesas trilharam um longo percurso desde então, lembrou Rui Moreira: “Assistimos nas últimas décadas a um significativo crescimento da comunidade chinesa no nosso país. Há cerca de 35 mil cidadãos chineses e sino-portugueses a viverem em território nacional. Trata-se, aliás, da décima maior comunidade estrangeira do país. No Norte vive a segunda maior comunidade chinesa em Portugal. Calcula-se que residam na região 10 a 12 mil cidadãos chineses ou sino-portugueses, o que diz bem do peso desta comunidade no tecido social e económico nortenho.”

“No Porto, a comunidade chinesa começou por fixar-se na zona da Batalha, a partir de 1950”, lembrou o presidente da Câmara do Porto, assinalando que “hoje, a comunidade chinesa está perfeitamente integrada na nossa cidade. É uma comunidade que participa na dinâmica social, económica e cultural do Porto, contribuindo para o bem comum e exercendo ativamente a sua cidadania. Esta plena integração muito deve à família Chow e em particular ao senhor comendador Chow Horng Tzer, que gostaria aqui hoje de evocar, um ano decorrido desde o seu falecimento.”

“É de esperar que a consolidação da presença chinesa no Porto dê à nossa cidade um papel ainda mais relevante e consequente no âmbito da cooperação sino-portuguesa”, sublinhou Rui Moreira, concluindo com “votos para que o Ano do Coelho, animal que simboliza paciência e sorte, seja de bom augúrio para as relações entre Portugal e a China, no quadro de uma situação geopolítica desejavelmente menos tensa. Feliz ano novo chinês! Xin nian kuai le!”

“Paz e prosperidade”

Numa intervenção em mandarim, com tradução para português, o embaixador da República Popular da China em Portugal, Zhao Bentang, salientou a importância da celebração: “Esta é a festividade mais importante para os chineses, assinala a chegada da primavera”.

“As relações bilaterais progrediram muito”, congratulou-se o diplomata, aludindo à cooperação entre Portugal e a China. “Há um amplo potencial a explorar, numa relação que sempre foi de amizade”, acrescentou Zhao Bentang, dando como exemplo a colaboração entre as autoridades dos dois países no combate à pandemia.

“Que o Ano do Coelho traga paz e prosperidade para os povos dos dois países”, concluiu o embaixador, seguindo-se uma troca de lembranças.

Antes, em nome da comunidade chinesa em Portugal, tinham sido entregues donativos a cinco instituições de solidariedade social da cidade: Associação das Escolas Jesus, Maria, José (Associação do Monte Pedral); Associação dos Albergues Noturnos do Porto; CASA – Centro de Apoio ao Sem-Abrigo; AADID – Associação dos Amigos das Deficiências Intelectuais e Desenvolvimentais; e Soroptimist Internacional Clube do Porto Invicta.

“Esta é a primeira vez que o Ano Novo chinês é assinalado na Câmara do Porto, e acreditamos que não será a última. A comunidade chinesa está bem integrada no Porto”, frisou o presidente da Câmara de Comércio Portugal-China, Y Ping Chow, citando as geminações do Porto com cidades e territórios chineses: Xangai, Shenzhen e Macau.

A sessão solene contou com a presença do ministro da Saúde e ex-vereador da Câmara do Porto, Manuel Pizarro, bem como de elementos do Executivo, da Provedora do Munícipe, Maria José Azevedo, de D. Duarte de Bragança, entre outras personalidades.

O programa de atividades promovido pela comunidade chinesa em Portugal para assinalar a chegada do Ano Novo incluiu um jantar e um espetáculo alusivo ao Ano do Coelho, no Teatro Municipal do Campo Alegre, ao qual assisitiu o vereador do Urbanismo e Espaço Público e da Habitação da Câmara do Porto, Pedro Baganha.