Economia

No ecrã e a cada dia, a economia da cidade faz-se de pessoas no tempo presente

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Um filme sobre a economia da cidade onde não se fala de empresas ou comércio. Um filme sobre a economia da cidade onde os protagonistas não são os números. São as pessoas. Apresentada na noite desta quinta-feira, no Teatro Rivoli, “Future is Now” é sobre o futuro que a comunidade – portuenses de sempre e “novos portuenses” – constrói no tempo presente.

“Somos um território que tem sido capaz de dar um lado positivo ao país, pela história de regeneração económica, regeneração patrimonial que fomos capazes de implementar nos últimos anos na cidade. E é isso que o filme procura espelhar”, afirma o vereador da Economia, Emprego e Empreendedorismo.

Reconhecendo como “houve momentos na história em que o Porto fraquejou”, Ricardo Valente acredita que a cidade se orgulha “das vitórias, mas, sobretudo, da capacidade de aprendermos com as derrotas e ganharmos futuro, que é fundamental para uma cidade”, aliado à resiliência para “não desistir, de continuar a fazer, de reconstruir a indústria criativa de Bombarda, de criar a noite do Porto, dos migrantes, muito antes de o turismo ser o que é, apostarem na cidade e verem uma cidade com futuro”.

“Future is Now”, um “documento histórico que mostra uma cidade que está a viver um momento único”, reforça o vereador, “não tem um único político porque é uam homenagem à cidade e à economia da cidade”. Mostra “a capacidade que o Porto tem de atrair economia, negócios e pessoas que se vinculam à cidade”.

“Nós, hoje, construímos o que queremos ser”, acredita Ricardo Valente.

O desafio de mostrar em filme o dinamismo económico do Porto foi entregue ao realizador portuense André Tentugal que, ao longo de vários meses, correu todos os cantos da cidade e falou com quem nela habita, trabalha, estuda, com quem a vive e constrói.

Aos olhos do realizador, o Porto “é uma cidade que está a crescer numa direção muito positiva e sente-se o orgulho em quem vive cá por fazer parte deste momento, deste crescimento equilibrado e sensato que a cidade está a viver”.

Para André Tentugal, o maior orgulho do Porto está “nas suas gentes”. “Há uma humanidade muito grande entre as pessoas, uma proximidade, uma intimidade, uma abertura, uma disponibilidade para o outro”, sublinha.

Identidade feita de comunidade

A exibição da curta-metragem precedeu uma conversa, moderada por André Forte, da UPTEC, entre algumas das vozes protagonistas do “Future is Now”. Associada dos Torel Collection Hotels, Ingrid Koeck também acredita que “este é o momento crucial para participar, para criar o futuro da cidade”. Sublinhando como “o Porto tem um grande caráter” e que “não necessita de ‘copy-paste’ de outras cidades”, a empresária não tem dúvida de que “ comunidade é o centro de tudo”.

Para o presidente da Comunidade do Bangladesh no Porto, a integração de migrantes é, também, essencial para uma “cidade multicultural”. “Estamos a fazer por trabalhar lado a lado com os portuenses, a contribuir para a economia”, garante Shah Alan Kazol, sublinhando a importância de “não pôr em causa a identidade da cidade”.

O fundador do gabinete de arquitetura OODA confessa a dificuldade em explicar a quem vem de fora o “upgrade de vida que existe de facto” quando se mora no Porto. “A comunidade portuense tem uma forma de viver a cidade bestial, de ficar três horas a dizer-te quais são os melhores sítios para ir”, acrescenta Rodrigo Vilas-Boas.

Para o arquiteto, é notório “o equilíbrio entre economia e qualidade de vida”, assim como “inspirador para quem vem de fora” é a capacidade do “povo portuense querer fazer muito, sem medo de errar”. “No Porto faz-se bem, pensa-se bem a arquitetura urbana, a organização dos espaços. A cidade envelhece melhor do que o vinho do Porto”, acredita Rodrigo Vilas-Boas.