Sociedade

Navio Escola Sagres volta a atracar no Douro 25 anos depois

  • Paulo Alexandre Neves

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O dia mostrou-se limpo, ainda que com algum vento à mistura. Ao final da manhã desta segunda-feira, pela barra do Douro, na Foz, entrou o mais icónico dos navios da marinha portuguesa: o "Sagres", acompanhado de pequenas embarcações de recreio e turismo. Afinal, ninguém queria perder o momento histórico – vinte e cinco anos depois, o navio escola voltou a atracar no Douro e, pela primeira vez, na margem do Porto, para participar nas celebrações do Dia da Marinha, que se realizam, no Porto, de 18 a 21 de maio, e reúnem mais de 30 iniciativas, abertas a toda a população.

A viagem demorou pouco mais de duas horas e meia. Entre a azáfama de um dia normal de trabalho, no Terminal de Cruzeiros do Porto de Leixões destacava-se uma embarcação que ali ainda nunca tinha estado. O início de viagem do Navio Escola Sagres, com destino ao Cais da Ribeira, no Porto, coincidiu com o arranque oficial das celebrações do Dia da Marinha. Em alto mar, algumas das icónicas velas no navio foram desfraldadas.

A bordo o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, acompanhado do chefe do Estado-Maior da Armada, Almirante Henrique Gouveia e Melo, elementos da vereação, presidente da Assembleia Municipal, presidentes da Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo, SA, Museu dos Transportes e Comunicações, do Clube Náutico e do Sport Clube do Porto, representantes de empresas ligadas ao vinho do Porto, entre muitos outros convidados.

"Receber o 'Sagres' no Porto, assim como as comemorações do Dia da Marinha, é especial para a cidade porque é uma cidade portuária, de tradições e de respeito pelas atividades náuticas", afirmou Rui Moreira.

Já para o chefe do Estado-Maior da Armada, "Dia da Marinha sem 'Sagres' não é Dia da Marinha, por isso, sendo o Porto uma cidade portuária e com uma foz extraordinária, não podíamos deixar de vir cá e não trazer o 'Sagres'".

"É com muito orgulho que estamos no Porto, uma cidade tão importante para nós", acrescentou o comandante do navio, Mário Domingues.

Pela primeira vez atracado nas margens do Porto

Ao longo da sua já longa história, o Navio Escola Sagres atracou no Douro por quatro vezes: em 1964, por ocasião das comemorações dos 600 anos do nascimento do Infante D. Henrique (a sua imagem figura na proa da embarcação), em 1992, 1994 e 1998. Hoje, e pela primeira vez, atracou na margem do Porto, mais concretamente no Cais da Ribeira. Aí, a partir de quinta-feira e até domingo, vai estar de portas abertas para visitas gratuitas, iniciativa inserida nas comemorações do Dia da Marinha.

As visitas vão decorrer entre as 10h00 e as 12h00 e as 14h00 e as 18h00, sendo a entrada feita nos locais de atracação das embarcações entre o Cais da Ribeira e a Alfândega. O objetivo desta iniciativa passa por aproximar a sociedade da Marinha e mostrar às pessoas que este ramo das Forças Armadas é um instrumento do Estado português na sua ação no mar.

Ao Navio Escola Sagres deverão juntar-se, até quarta-feira, véspera do arranque oficial das comemorações, a fragata D. Francisco de Almeida, o navio-patrulha Oceânico Sines e a lancha de fiscalização Rio Minho.

As celebrações do Dia da Marinha contam com mais de 30 iniciativas, entre visita a navios, batismos de mar, exposições, concertos e um desfile militar.

Destaque para o dia 19, sexta-feira: a Banda da Armada sobe ao palco com Miguel Guedes para um concerto no Parque da Alfândega, de entrada livre, às 21h30. O programa das celebrações culmina no domingo, dia 21, com todas as atenções voltadas para a cerimónia militar, que, a partir das 12 horas, junta uma formação de cerca de 500 militares para um desfile na Rua Nova da Alfândega (sentido Alfândega-Ribeira), podendo ser visto por toda a população. Na última parte do desfile, que durará cerca de uma hora e meia, está prevista uma demonstração de capacidades junto ao rio Douro.

Conheça aqui todo o programa do Dia da Marinha.