Cultura

Música, sons e palavra em mais de 35 mil discos de vinil: já abriu a Fonoteca Municipal em Campanhã

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A Fonoteca Municipal do Porto (FMP) já abriu portas. A inauguração decorreu neste sábado e naquele que era um inóspito armazém até há bem pouco tempo, próximo à Estação de Campanhã, nasceu o maior arquivo sonoro da cidade, com mais de 35 mil discos de vinil.

Foi uma tarde de sábado concorrida aquela que se viveu no n.º 122 da Rua de Pinto Bessa (Armazém 12). Rui Moreira não faltou à convocatória, assim como o diretor de Cinema e Arte Contemporânea da Ágora, Guilherme Blanc, pisando o interior da Fonoteca Municipal do Porto (FMP) ao primeiro dia.

Ao ritmo que a atual situação já inculcou nos espíritos, a entrada foi sendo feita à vez, respeitando o limite de dez pessoas em simultâneo no interior do espaço. Renato Cruz Santos e Xico Ferrão, músicos que pontuaram a sessão inaugural no jardim localizado nas traseiras do espaço, apresentaram uma seleção de discos resultante de um trabalho de pesquisa desenvolvido a partir do espólio da FMP.

Uma forma criativa de levantar um pouco o véu quilométrico de música, som e palavra que se estende entre as paredes forradas a fonogramas, lugar onde repousa grande parte da produção discográfica portuguesa, bem como discos importados de artistas internacionais, dos mais variados géneros, do pop ao rock, do jazz ao experimental, da música folclórica à erudita, dos anos 1950 a 1995, e obras de conteúdo não musical, como poesia ou discursos políticos.

O propósito é que este acervo riquíssimo, na sua grande maioria proveniente de coleções doadas à Câmara do Porto pela Rádio Difusão Portuguesa e pela Rádio Renascença, seja utilizado o mais possível, não só por melómanos, mas por todos os públicos. É esse, precisamente, um dos compromissos da Fonoteca Municipal do Porto: divulgar toda a coleção, através da produção de podcasts (os primeiros já estão lançados no website fonoteca.cm-porto.pt, online desde ontem) artigos e mostras visuais sobre artistas, temas, géneros, entre outros. E, além da divulgação, há uma segunda linha de compromisso pedagógico.

Assim que as regras impostas pela Direção-Geral da Saúde (DGS) o permitam e assim que maturada esta vertente, a FMP oferecerá uma agenda de atividades que refletem a intenção de relacionar a história da música com a cultura contemporânea, onde se incluirão concertos de artistas convidados tendo como base o arquivo existente, programas de escuta ativa semanal, visitas escolares e residências artísticas.

Inserido na Arda Recorders, complexo dedicado à gravação e produção fonográfica, dirigido por João Brandão, e onde também ficam instalados músicos como André Tentúgal, o projeto da FMP estará sempre em potencial crescimento, já que continua aberto a doações, incluindo as provenientes de privados.

Durante este período e até novas indicações da DGS, será necessário efetuar uma marcação prévia para visitar e consultar o arquivo, em sessões com a duração máxima de uma hora e com a lotação de uma pessoa em cada sessão. Todas as visitas serão acompanhadas por um arquivista.

As marcações devem ser efetuadas através do email fonoteca@cm-porto.pt ou através do número 221 146 789.

Horário de funcionamento:

Fonoteca Municipal do Porto

Rua de Pinto Bessa, 122, Armazém 12, 4300-427 Porto

Terça-feira a sábado, entre as 14 e as 19 horas

Website - fonoteca.cm-porto.pt