Cultura

Música, inovação e empreendedorismo em destaque no NOS Primavera Sound

  • Paulo Alexandre Neves

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O NOS Primavera Sound é feito, sobretudo, de concertos, mas também de espaços para famílias inteiras desfrutarem do Parque da Cidade. Dois mundos conciliáveis: lazer e conhecimento. Há quem, este ano, procure e parta, virtualmente, à descoberta da cidade, num dos stands mais procurados durante os três dias – o do Porto. – onde, através das sete notas musicais, descobre a cidade e… muito mais.

Um festival com múltiplos focos de interesse e que, na segunda noite, teve as atenções viradas para as atuações de Beck e Pavement. No palco principal, e depois da presença já histórica no festival de Nick Cave, na primeira noite (considerada mesmo a maior enchente de sempre do Primavera Sound), milhares de pessoas vibraram ontem com o regresso do indie rock dos Pavement aos palcos e a oportunidade de voltar a ver Beck em Portugal.

Nem a brisa marítima que se fez sentir ao longo da tarde e noite afastou os fãs de Beck Hansen, cantor, compositor e multi-instrumentista norte-americano, ou do concerto dos Pavement, banda norte-americana de rock alternativo e considerada por muitos um dos principais pilares da cena indie dos anos 90 do século passado.

Curtir boa música e usufruir de momentos de lazer

Mas o festival é mais do que concertos. É espaço de encontros e reencontros de festivaleiros, famílias – muitas, sempre presentes no NOS Primavera Sound –, de fruição de momentos únicos: de boa música e de lazer. Nos intervalos entre concertos, muitos foram aqueles que passaram pelo stand do Município: o Porto.

Neste “Porto Family Garden” dá-se a conhecer uma cidade “family friendly”, com oportunidade de experimentar vários ambientes e dimensões, como sejam a atração e retenção de talento através de interações dinâmicas promovidas pela Porto For Talent, mas também qualidade de vida, com atividades para todos: pintura, workshop de arte urbana, pinturas faciais, espaço tecnologia, jogos familiares, espaços lounge e também espaço de amamentação e fraldário.

Foi produzido também um livro infantil para colorir, que contou com o contributo de um coletivo de ilustradores que pretende sinalizar a importância de despertar o talento das crianças, importante para a criação de ecossistemas empreendedores. “As Cores do teu Porto” juntou Anabela Dias, Sérgio Condeço, Cátia Vindinhas, Marta Madureira, Evelina Oliveira, Tierri Luís e Bárbara R., - a sincopar as sete notas musicais, patentes em outros tantos vídeos, que seguiram o mote “E tu, que ritmo da cidade ouves?”.

Sete vídeos, sete momentos da cidade: “The food is out of this world”, “Vibrant night”, “Explore sports”, “A city embraced by the river and the sea”, “Economy ecosystem”, “Inspired by the architect” e “Move your talent”.

Empresas mostram-se durante o festival

No mesmo espaço, existe uma exposição interativa dedicada a empresas que se têm destacado, nos últimos anos, pelo investimento e impacto positivo na cidade. Através da InvestPorto, a Câmara do Porto tem, neste festival, 17 Leading Investors - empresas que constroem o futuro do Porto como um centro internacional onde o encontro de culturas e o ecossistema empresarial potenciam o investimento, o talento, a competitividade e a inovação.

As 17 Leading Investors – A.P. Moller-Maersk, Critical TechWorks, FairJourney Biologics, Farfetch, Infraspeak, Intellias, ITSector, Kantar, Körber Digital, Natixis, NTT Data, Readiness TI, Sitel Group, TeamViewer, Uphold, Wunderman Thompson Commerce e Zühlke Engineering, criaram, em conjunto, mais de seis mil postos de trabalho na cidade, nos últimos cinco anos, exportando em média 85% da produção e acrescentando todos os anos mais de 375 milhões de euros ao PIB nacional.

Tudo para posicionar o Porto com um centro empresarial onde o caldo cultural existente e o ecossistema empreendedor potencia o talento, a criatividade e a inovação, alinhado com a estratégia de desenvolvimento Económico do Porto – “Pulsar”, recentemente apresentada pelo pelouro da Economia, Emprego e Empreendedorismo.

O espaço Porto. acolhe ainda a instalação “Paisagem Etérea” da artista Madalena Martins e conta com a dinamização das empresas municipais Ágora, no apoio à zona lounge, Águas e Energia do Porto, com distribuição de água com sabores, e a Porto Ambiente, com a promoção de jogos tradicionais para os mais pequenos que, de uma forma lúdica, ensinam sobre a separação de resíduos. Há igualmente espaço para motivar mais munícipes a aderirem gratuitamente ao cartão Porto, de forma a usufruírem dos seus benefícios e vantagens.

Mas a ação da Câmara do Porto tem ultrapassado as fronteiras físicas do festival. Pretende-se que toda a cidade possa entrar nesta viagem, eternizada com um filme, assinado pelo realizador André Tentugal e pelo compositor João Vieira, que traduz a cidade patenteada numa partitura musical.

Recorde-se que a melhor forma de chegar ao Parque da Cidade, por estes dias, é de transportes públicos. Para isso, tanto a STCP como a Metro do Porto reforçaram a operação que leva os festivaleiros ao recinto do Primavera Sound.

E as notas voltam a soltar-se hoje, último dia do festival, destacando-se, no palco principal, as presenças de Gorillaz, banda virtual de trip rock britânica, e Interpol, banda norte-americana de rock, formada em 1997, em Nova Iorque. O fim de festa do primeiro grande festival de verão e um dos mais aguardados depois dois anos de ausência, devido à pandemia. Após três dias com 60 concertos, distribuídos por cinco palcos, deixa-se já antever que a próxima edição, em 2023, é aguardada, novamente, com grande expetativa.