Cultura

Música antiga dá o mote ao diálogo entre os povos no Festival In Spiritum 2018

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O castelhano Jordi Savall, ícone da redescoberta da música antiga, e o norte-americano radicado no Porto Jed Barahal, que tocará Bach no violoncelo de Guilhermina Suggia, são dois dos músicos da nova edição do Festival In Spiritum, que tem início no próximo sábado.

Com particular enfase em Bach, a edição deste ano inclui concertos e recitais até 23 de maio em alguns dos locais históricos mais emblemáticos da cidade, promovendo simultaneamente a aproximação do património à música e desta enquanto veículo de diálogo entre os povos.

Caso paradigmático é o do castelhano Jordi Savall, que volta a fazer-se acompanhar de músicos de diferentes latitudes com a formação Hespèrion XXI para interpretar "Um diálogo das almas", no dia 21, no Palácio da Bolsa, e celebrar a reunião das músicas do Oriente e do Ocidente. Savall tem-se destacado por fazer da música um instrumento de mediação para atingir a compreensão e a paz entre povos e culturas diferentes e por vezes em conflito.

Outros dois momentos altos do In Spiritum - Festival de Música do Porto serão os dois últimos dias, quando Jed Barahal fará ecoar pelo Salão Nobre dos Paços do Concelho a "Integral das Suites para violoncelo" de Bach, recorrendo ao célebre violoncelo Montagnana que pertenceu a Guilhermina Suggia.

Numa coprodução da Câmara do Porto e da Associação Cultural InSpiritum, que volta a merecer o Alto Patrocínio da Presidência da República, o festival nascido em 2014 continua a construir-se com artistas consagrados e jovens músicos em ascensão a protagonizarem concertos de música erudita. O principal objetivo é levar a audiência a viver cada monumento de uma forma que transcenda a mera visita turística e também a experiência de plateia de sala de espetáculos.

Nesse sentido, cada concerto é escolhido para se harmonizar com as características do espaço onde tem lugar, possibilitando uma experiência humana mais rica e fomentando a contemplação, a comunhão, a evasão espiritual e uma maior densidade no usufruto da arquitetura e da música.

O programa começa no dia 19 com a "Cantata do Café" de J. S. Bach pelo Curso de Música Antiga da ESMAE, no antigo Café Astória / Hotel Intercontinental (17h30), e a "Missa de Notre Dame" de Guillaume Machaut pelo Grupo Vocal Olisipo, na Casa do Infante (21h30).

No domingo, há também duas propostas: "Lucien Lambert e a música francesa na viragem do século XIX" pelo Quarteto de Cordas da ESMAE, no Conservatório de Música do Porto (12h00), e "A música de salão no Porto da Belle Époque" pelos Solistas da Orquestra Bomtempo, no Ateneu Comercial (17h30).

Jordi Savall e o Hespèrion XXI levam "Um diálogo das almas" ao Salão Árabe do Palácio da Bolsa na segunda-feira, dia 21 (21h30), e Jed Barahl interpreta as "Suites para violoncelo" de J. S. Bach, no Salão Nobre da Câmara do Porto, nas noites de 22 (suites n.º1, 3 e 5) e 23 (suites n.º 2, 4 e 6), sempre com início às 21,30 horas.

Os bilhetes podem ser adquiridos online e o preço varia entre os €12,50 e os €20, estando também disponível um passe geral para os sete concertos por €85.