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Museu do Porto terá núcleo na Alfândega antes de fazer casa no Palácio de São João Novo

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Filipa Brito

O Município vai desenvolver, até ao final do ano, o primeiro programa e configuração do Museu do Porto. Para isso, aprovou, em reunião de Executivo desta segunda-feira, com a abstenção do Bloco de Esquerda, a celebração, com a Associação para o Museu dos Transportes e Comunicações, de um contrato de cedência de um espaço no edifício da Alfândega para ali instalar o núcleo da estrutura museológica. No futuro, este polo central irá ganhar casa no Palácio de São João Novo.

Presente na reunião de Executivo, o diretor do Museu e Bibliotecas do Porto sublinhou a pertinência de, concluídas as obras necessárias de reabilitação, o Palácio de São João Novo ser o lugar definitivo deste núcleo.

"Estamos em presença de um dos mais importantes conjuntos patrimoniais da história da cidade do Porto, cuja recuperação e reabilitação integral se impõem, ao lado de um projeto cultural relevante, como é o Museu do Porto, num reencontro com a sua memória recente e numa plena devolução à população e ao seu usufruto", reforça Jorge Sobrado.

Nos planos municipais estão a dinamização cultural, museológica, artística e pedagógica, de investigação, criação e programação, potenciadora de uma "revitalização urbana e social do largo de São João Novo e da sua envolvente".

Os trabalhos naquele espaço de finais do século XVIII deverão prolongar-se até 2029 para receber a exposição permanente do Museu do Porto e outras temporárias, serviços de mediação cultural e serviço educativo, residências científicas, artísticas e tecnológicas, uma biblioteca, instalações artísticas, gabinetes técnicos e uma Loja do Museu.

Primeira exposição das coleções do Museu já este ano na Alfândega

Na proposta que levou à reunião, o presidente da Câmara, Rui Moreira, considera que o espaço a ocupar, entretanto, na Alfândega "reúne as condições espaciais e técnicas, geográficas e patrimoniais, históricas e simbólicas que se pretendem". Ali será, assim, o "ponto de partida e chegada da experiência de conhecimento e visitação [do Museu do Porto], assim como da demais oferta cultural, patrimonial e museológica da cidade".

Sendo o edifício gerido pela Associação para o Museu dos Transportes e Comunicações, o Município irá estar sujeito a uma contrapartida financeira mensal de 12 mil euros, "pelo prazo de dois anos, com possibilidade de renovação por períodos consecutivos de um ano".

De acordo com a proposta, a área a ocupar – um espaço de dois mil metros quadrados no primeiro piso do edifício – foi objeto de avaliação externa, tendo sido estimada o valor da renda mensal em 15 mil euros, o que significa que o Município pagará uma renda inferior à de mercado estimada.

A despesa está contemplada em orçamento da Direção Municipal de Cultura e Património para 2024.

"O desenvolvimento do projeto do Museu do Porto deverá ser indutor de novas dinâmicas de valorização do património histórico e arquitetónico da cidade, em especial na sua zona histórica, inscrita na Lista do Património Mundial da UNESCO em 1996", acrescenta o presidente da Câmara.

Com o contrato a iniciar em março, ainda este ano terá lugar uma primeira exposição para apresentar ao público uma parte das coleções do museu.