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Museu da Cidade estreia hoje na Rádio Estação a rubrica ARCA

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Filipa Brito

Depois do lançamento do novo site do Museu da Cidade na semana passada, estreia hoje na Rádio Estação a rubrica ARCA. O projeto, feito em colaboração com a estrutura musical portuense Matéria Prima, vai garimpar verdadeiros tesouros sonoros, sem hora marcada. Para descobri-los, basta ligar-se ao “sítio invisível”.

A Rádio Estação, cuja primeira experiência se desenvolveu na Feira do Livro do Porto de 2020, ocupa agora morada fixa online no “sítio invisível” do website do Museu da Cidade (MdC). O projeto assume-se como uma antirádio, sem locução, com rubricas que pretendem alcançar públicos e interesses muito distintos.

A partir desta quinta-feira - e depois do lançamento do “Diário da Peste”, do escritor Gonçalo M. Tavares - entra também no ar a rubrica “ARCA”, feita em colaboração com a estrutura musical portuense Matéria Prima.

O projeto integra concertos inéditos e esquecidos ou desconhecidos, um arquivo de tesouros, de fundo perdido, para o ouvinte descobrir diariamente e sem hora marcada. A Matéria Prima incorre, assim, em missões de reconhecimento que captam o pulsar e a efervescência criativa da cidade, transmitindo uma seleção afinada.

Esta e outras rubricas da Rádio Estação estão alojadas no “sítio invisível”, espaço do novo site do Museu da Cidade que se apresenta como cortina negra que ocupa o ecrã, convidando o visitante a fechar os olhos e a tornar-se somente ouvinte.

É no meio da rádio que um dos principais objetivos do projeto para o Museu da Cidade se consubstancia: o desenvolvimento do eixo sonoro, um ponto de emissão que parte das estações museológicas e irradia o espaço entre elas. Missão que ganha uma força acrescida no atual contexto.

Ainda assim, a Rádio Estação pretende manter emissões especiais e presenciais em incursão nómada - à semelhança do que decorreu na Feira do Livro do Porto -, com a primeira estadia a fixar-se na Biblioteca do Marquês, já na primavera, se a situação atual o permitir.

Por enquanto, pode ficar a par das novidades na página de Instagram da Rádio Estação, aberta também a partir de hoje, para receber as informações sobre o “sítio invisível”, em paralelo com as redes do MdC/museudacidadeporto.

Grelha de programação

Além da estreia da ARCA, conheça a grelha de programação da Rádio Estação, que está em permanente construção e expansão.

PÓLEN
- A sonda sonora da cidade está presente durante toda a emissão, com interrupções para a ARCA e para as rubricas.
As sonoridades são compostas a partir de gravações de campo captadas no entorno das estações do Museu da Cidade, e transformadas por Samuel e Nuno Preto. Possibilidade de encomendas de composições sonoras a artistas assim como outras colaborações.

DIÁRIO DA PESTE de Gonçalo M. Tavares, escritor em residência
- Diariamente, às 12 e às 22 horas (repetição)
O escritor Gonçalo M. Tavares começou um Diário. Um Diário da Peste, escrito ao ritmo que a epidemia se espalha pelo mundo, escrito ao ritmo de um isolamento, que é o isolamento de todos.

RELATÓRIO PERIÓDICO em parceria com a Fonoteca, por Armando Sousa
Incidências arquivísticas na Fonoteca Municipal do Porto.
- Todas as segundas-feiras às 23 horas | quintas-feiras às 16 horas (repetição)
Uma seleção musical que acompanha a catalogação do arquivo sonoro da cidade em vinil. Uma relação material com o disco, eco um processo em curso — o tempo de pôr a agulha, ouvir, tirar a agulha, virar o disco, guardar. Comentado por Armando Sousa, responsável pela programação e Arquivo da Fonoteca.

COLAPSO por Tomás Cunha Ferreira e Domenico Lancellotti
Colagem ou colisão de elementos sonoros que despoletam imagens, ou que pelo inverso, partem de imagens para depois as implodir.
- Todas as sextas-feiras às 23 horas | segundas-feiras às 16 horas (repetição)
Um movimento constante entre construção e destruição, sendo uma a outra, trocando as voltas que o mundo dá, chegando até a natureza interior. A rádio trabalha com construção visual, através de som, ruído, voz, música, e outros padrões subterrâneos. Pinturas e fotografias contêm som. Outras possibilidades e desdobramentos serão articuladas, entretanto, o programa parte de fora para dentro e do interior para lá do ser. Com ritmos, leituras, entrevistas, ideias, transes. Derrocada das estruturas. Sempre em circuito aberto.

ESTAÇÃO SONOPLASMÁTICA por Ruca Bourbon
Vinda do apocalipse invasor de campos eletromagnéticos modernos.
- Todos os sábados às 23 horas | terças-feiras às 16 horas (repetição)
Devaneios sonoros apresentados em formato ‘programa de rádio’ onde serão usados meios de transmissão contemporâneos e antigos, analógicos e digitais para mostrar raridades do futuro, arquivos perdidos do passado, apropriações ilícitas, desconstrução de discursos. Instrumentos musicais experimentais, áudio-colagens, versões obscuras, técnicas de desorientação, plunderphonics, cut up, mensagens subliminares…

INVENTÁRIO por Luís Aguiar Branco
Inventário oral das ruas e dos edifícios da cidade.
- Todos os domingos às 16 horas | quartas-feiras às 10 horas (repetição)
Deambulações pela alma da cidade com primeiras paragens nas praças da cidade, tradicionais lugares de encontro, agora vazias, em pleno confinamento.

FIM DE EMISSÃO
Jardins Noturnos com Pedro Augusto.
- Diariamente, a partir da 1 hora.