Sociedade

Mural do artista Hazul nasce junto à Ponte Luiz I

  • Paulo Alexandre Neves

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Filipa Brito

A ideia nasceu de uma conversa entre o fundador do projeto Adoramus, Filipe Ferreira, e o “instagramer” Kitato. "A Adoramus cedeu o espaço para a criação artística e o Kitato convidou o Hazul, recuperando-se, desta forma, uma união secular entre a criação artística e a religião", sublinha, em comunicado, Filipe Ferreira.

Hazul começou a “dar vida” à pintura, com cerca de 40 metros quadrados, instalada numa empena da loja da Adoramus, na parte pedonal da Avenida de Vímara Peres. “Esta zona foi no passado e agora volta a ser uma das portas de entrada da cidade. Daí que queira aqui deixar um dos meus portais, um desenho que tem sempre muitas interpretações possíveis”, assinala o artista.

“Pode ser uma passagem para outra dimensão, outra realidade ou estado. Pode significar uma mudança de um lugar ou uma alteração de um sentimento. Faz parte de uma série de desenhos que tenho desenvolvido e, neste caso particular, pela localização e pelo formato da parede, permite diferentes leituras — da mais simples à mais metafísica — principalmente a quem chega ao Porto vindo de Gaia, sejam locais ou turistas", acrescenta Hazul.

Kitato sublinha a importância do trabalho do artista, na cidade, nas duas últimas décadas. "Escondeu-se nos becos e ruelas do Porto, ocupou paredes e ruas que foram ganhando vida. Por tudo isso, por fazer parte da cultura de rua portuense, a sua obra merece ser admirada por quem diariamente circula na Ponte Luiz I e também pelos milhares que a visitam do nascer ou pôr-do-sol", confessa o “instagramer”.

Hazul nasceu em 1981, no Porto, tendo as primeiras intervenções no espaço público surgido em 1997, sob o pseudónimo de Pong 02, e continua a ter a rua como cenário principal, mantendo um constante diálogo entre o mundo contemporâneo e o ancestral. Além das paredes, usa também telas, papéis e objetos encontrados como meios para se expressar. Do seu currículo fazem parte várias participações em eventos e exposições e pinturas, como uma peça no Jardim Nova Sintra, realizada no quadro das ações de educação ambiental do programa Bandeira Azul, no Parque das Águas.

O projeto Adoramus pretende divulgar a singularidade dos produtos produzidos artesanalmente em mosteiros e conventos, ajudando-os a subsistir e a continuarem a apoiar os mais carenciados.