Municípios afinam criação do Centro Europeu de Música Portugal

Concertos, masterclasses, investigação, exposições, publicações ou mesmo residências culturais. Estas e outras valências compõem a criação de um polo do Centro Europeu de Música (CEM) em Portugal. Esta quarta-feira, o presidente da Câmara do Porto juntou-se aos municípios de Mafra, Braga, Faro, Figueira de Castelo Rodrigo e Lisboa para assinar um memorando de entendimento, que estabelece os princípios de colaboração do projeto, a instalar no concelho mafrense.

Rui Moreira sublinhou, no momento, que "a cultura é o que permite atingir o desenvolvimento que [se pretende] e combater o obscurantismo". Por seu lado, o presidente do Centro Europeu de Música, Jorge Chaminé, considera que "o que se está a passar é único e exemplar com presidentes de câmara a estabelecerem uma aliança em torno da música".

Pautado por "atividades e produções culturais, com um programa a nível internacional" e "um serviço de educação inovador", o CEM Portugal deverá ver nascer o centro "Domenico Scarlatti", sede do programa de investigação, criação e divulgação "Via Scarlatti", que reúne Espanha, França, Itália e Portugal. Outros dois programas - "Música e Oceanos" e "Música e Ecologia" - foram, também, já apresentados.

As atividades serão desenvolvidas em articulação com instituições de ensino superior, assim como com o Palácio Nacional de Mafra, o Museu Nacional da Música e o Arquivo Nacional do Som.

Sendo uma associação sem fins lucrativos, o Centro Europeu de Música é considerado, pode ler-se no documento, "um projeto artístico, cultural, pedagógico e científico europeu, inovador e único no mundo". Os humanistas, científicos e clínicos internacionais de várias disciplinas pugnam pela "transdisciplinaridade em torno da música, sublinhando o seu papel fulcral na construção duma identidade cultural europeia".

A constituição de um polo em Portugal acontece no âmbito do projeto pan-europeu "Via Musica", que conta com mais de uma centena de parceiros europeus e internacionais.

Os signatários do memorando sublinham como "a música e a cultura são um vetor estratégico para a União Europeia, não só na medida em que representa uma parte importante da sua economia, mas também porque contribui para sociedades inclusivas, livres, sustentáveis e democráticas, refletindo simultaneamente a diversidade, os valores, a história e o património europeus".

A cerimónia, no Palácio Nacional de Mafra, contou com a presença da secretária-geral da Europa Nostra, Sneška Quaedvlieg-Mihailović, e da secretária de Estado da Cultura, Isabel Cordeiro, que elogiou a "admirável conjugação de esforços dos vários municípios", defendendo que "é uma aliança ambiciosa".