Habitação

Município reabilita duas casas devolutas no Centro Histórico para arrendamento apoiado

  • Porto.

  • Notícia

    Notícia

O Município do Porto continua a fazer crescer a oferta de habitação na cidade e investiu mais 90 mil euros na reabilitação de casas devolutas. Juntam-se agora à lista de habitações destinadas a arrendamento apoiado, um apartamento T5 e um T2 duplex no Centro Histórico.

Os dois fogos sofreram obras de reabilitação, a cargo da empresa municipal Domus Social, e no âmbito do programa de requalificação de habitações devolutas em edifícios dispersos pela cidade.

As duas casas, um generoso (e raro) apartamento T5, com vista para o Cais da Estiva e para o rio Douro, e um T2 duplex, construído no início do século em frente à Praça da Ribeira, serão agora integrados na lista de casas para arrendamento apoiado.

Os projetos de arquitetura foram integralmente desenvolvidos pela equipa da Domus Social e as empreitadas, em conjunto, resultaram num investimento municipal de cerca de 90 mil euros.

Um T5 na Reboleira com vista para o Douro

O T5 está situado no número 23 da Rua da Reboleira e possui vista para o Cais da Estiva e para o rio Douro. Trata-se de um lote típico de habitação da cidade do Porto, de configuração estreita e profunda, com uma estrutura meeira de pedra e estrutura interior em vigas e asnas transversais de madeira.

A habitação articula-se entre dois edifícios, com cotas de piso diferentes, sendo que a circulação entre os mesmos, por degraus de acesso, permite percorrer as áreas internas da habitação a diferentes cotas.

A habitação apresenta, ainda, uma cobertura de duas águas com duas mansardas, expressivas, que permitem a ocupação confortável do desvão da cobertura. A parte do apartamento que se estende ao segundo edifício, o n.º 27, é mais constrangida pela configuração simples de duas águas com cumeeira ao centro.

O apartamento encontrava-se num estado avançado de degradação, com revestimentos de parede deteriorados, cobertura e tetos danificados, humidade, entre outras patologias. Por sua vez, a excessiva compartimentação interior do espaço contribuía para uma fraca ventilação e iluminação. Por esse motivo, para lá da reabilitação profunda, o projeto da Domus Social procurou uma nova configuração dos espaços, proporcionando novas relações com a frente a Sul, na zona social da habitação.

O projeto de reabilitação procurou respeitar a linguagem existente no edifício, a seleção de materiais a aplicar e a manutenção dos elementos existentes, como carpintarias, ferragens, cores, entre outros, e teve em conta a beneficiação dos aspetos técnicos e de conforto da habitação, visto que esta fração se localiza nos últimos pisos dos edifícios.

Foi feita a aplicação de isolamento térmico, a colocação de mantas acústicas entre pisos e a aplicação de misturadoras novas com certificação hídrica. A rede de infraestruturas hidráulicas, elétricas e de ITED foi também integralmente substituída.

A obra de requalificação da Domus Social permitiu ainda aumentar as instalações sanitárias ao anular espaços de arrumo ineficientes.

Um duplex na Ribeira contruído no início do século

A habitação de tipologia T2 duplex situa-se na Rua de São João, junto à Praça da Ribeira, em pleno centro histórico. Faz parte de um edifício centenário, que se sabe ser anterior a 1915, e que, nos anos 80, sofreu uma intervenção profunda pelo CRUARB - Comissariado para a Renovação Urbana da Área Ribeira.

À semelhança do projeto anterior, trata-se também de um edifício típico de habitação da cidade, estreito e profundo, com uma estrutura de alvenaria de granito nas paredes meeiras e de madeira nas lajes e cobertura central, onde o grande protagonista arquitetónico é mesmo a imponente claraboia central à caixa de escadas comum.

Apesar de devoluta, a habitação, que ocupa parte do segundo andar e a totalidade do desvão da cobertura, encontrava-se num estado de conservação razoável, não apresentando sinais de patologias da construção. Assim, e tendo em conta os pormenores singulares das carpintarias bordeaux, herdados da intervenção do CRUARB, optou-se pela conservação e manutenção integral da configuração dos espaços e das respetivas funções.

A exceção foi a cozinha, onde a Domus Social optou por realizar uma renovação total, quer ao nível dos móveis quer ao nível dos revestimentos. Neste espaço, foi também aberto um novo vão para a área de circulação, de forma a tirar partido da iluminação natural que entra pelas janelas da sala e atravessa o hall de entrada.

Destaque, ainda, para a substituição das infraestruturas hidráulicas, elétricas e de ITED, ao abrigo dos padrões atuais de utilização e segurança, e a substituição e reparação de carpintarias, caixilharias e pavimentos de madeira, essenciais para garantir condições de salubridade e mais conforto aos novos moradores.