Economia

Município leva um Porto diferenciador e dinâmico à QSP Summit

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Termina esta quinta-feira a 16.ª edição da QSP Summit, a cimeira europeia que junta, na Exponor, mais de três mil pessoas, 120 expositores e sete dezenas de oradores especialistas nas áreas de gestão e marketing. Mais uma vez, o Município do Porto está no evento a mostrar o que diferencia a cidade e a faz apresentar-se, sempre e cada vez mais, dinâmica em diversas áreas.

Certo de que o evento é “muito importante do ponto de vista daquilo que é a capacidade que a região tem de liderar uma conferência que, de certa forma, traz ideias retransformadoras e traz muito à área da gestão e do marketing”, o vereador da Economia, Emprego e Empreendedorismo confirma que “o que trazemos é esse Porto. É o Porto ligado à economia, ao empreendedorismo, ao talento e, este ano, também o Porto ligado aos vinhos”, o fator diferenciador para a localização de empresas na região.

Ricardo Valente acredita que a QSP Summit é “a demonstração daquilo que a cidade quer ser: multifuncional, multipolar, aberta à discussão e com capacidade de projetar ideias disruptivas”.

Por outro lado, esta é também mais uma oportunidade para a cidade se abrir “às pessoas que vêm do mundo fora” ano após ano e aqui conhecem “um Porto muito diferente daquilo que, se calhar, tinham percecionado da última vez”. “A cidade é muito diferente todos os anos e as pessoas notam um Porto muito dinâmico”, sublinha Ricardo Valente, junto do stand do Município onde são apresentadas as iniciativas ScaleUp Porto, Porto Leading Investors, TERA e Great Wine Capitals.

Um Portugal líder pelo exemplo

No arranque dos dois dias de palestras, onde irão estar presentes cerca de 3.200 participantes, 70 oradores e 120 expositores, o secretário de Estado do Turismo, Comércio e Serviços voltou a referir, como já havia feito no dia anterior, no Teatro Rivoli, a importância da QSP Summit como “contributo para o desenvolvimento, para o país crescer com inspiração e boas práticas”.

Saudando “a mobilização conseguida” pelo evento, Nuno Fazenda reforçou a mensagem de que “hoje, temos um Portugal positivo, de confiança, com empresas exportadoras confiantes”, mas também assumindo-se “cada vez mais líder na ação climática” e “uma marca forte no plano turístico internacional”.

Para o presidente da Associação Empresarial de Portugal, a QSP Summit é “uma ajuda para refletirmos o futuro. E o foco do futuro são as pessoas, é a competência que continua a fazer a diferença”. “Ser líder nos dias de hoje”, acredita Luís Miguel Ribeiro, “é ter orientação para o coletivo e para lidar com a incerteza”.

Antecipando já o anúncio de que a QSP Summit vai continuar a realizar-se na Exponor, pelo menos, durante os próximos quatro anos, o diretor geral do evento admite a vontade de “ser o hub europeu de gestão e marketing”. “Antecipando as mudanças do futuro”, acrescentou Rui Ribeiro, “escolhemos este tema – “Moldando a Liderança do Futuro” – para nos debruçarmos sobre como ter empresas e marcas mais inspiradoras”.

Liderança burocrática produz trabalhadores sem paixão

Apresentado como “um dos mais influentes especialistas em gestão do nosso tempo”, Gary Hamel prendeu a atenção de todos os participantes na primeira palestra dos dois dias da QSP Summit. Abordando o tema dos desafios atuais em matéria de liderança, o autor e professor perguntou e respondeu: “estamos a mudar as nossas organizações tão rápido como o mundo à nossa volta? Não”.

Descrente do investimento da formação em liderança testemunhado em 2022, o norte-americano afirma que “se hoje não temos os líderes de que precisamos, não é de mais formação que necessitamos, mas de uma mudança radical nas estruturas”, eliminando tanto as camadas nas empresas como a ideologia de quem gere.

Gary Hamel trouxe ao QSP Summit dados que mostram a relação direta entre burocracia – “um produto do século XIX e cujas premissas já não são verdade” – e a descida de produtividade em diversos países.

“É preciso deixar de dar poder a poucos e distribuí-los por vários”, defende o especialista em gestão, lembrando que “ter muitos subordinados não faz de vocês um líder. O que o faz é terem pessoas que vos querem seguir” e que se sentem envolvidas na estratégia e na tomada de decisão. “Não há liderança sem paixão e não há paixão sem liberdade”, advertiu.

No final da palestra, o vereador da Economia, Emprego e Empreendedorismo levava consigo a certeza de que “a ligação das organizações às pessoas, o enfoque num processo não burocrático, é algo que a nós, nesta área pública” nos diz muito”.

“É um dos grandes desafios da gestão”, considera Ricardo Valente, “como é que somos capazes de dar mais poder, pormos as pessoas mais interessadas, termos processos que confiam mais nas pessoas, em que elas sejam menos instrumentos da organização e a organização passe a ser instrumento das pessoas”.