Economia

Município e comerciantes mantêm vivo processo de contínua melhoria do Bolhão

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No dia em que mais uma loja histórica - a Relojoaria Mendonça - está de portas abertas, o Executivo avaliou, de forma positiva, todo o processo que, desde a reabertura do Mercado do Bolhão, em setembro de 2022, tem contribuído para a melhoria contínua daquele espaço tradicional. Na reunião de Executivo desta segunda-feira, a administradora da GO Porto, que gere o mercado de frescos, deu conta de que a revisão do regulamento está em curso, num processo que inclui a auscultação de todos os comerciantes.

"Não há nenhuma ideia, nenhuma melhoria que tenha sido identificada pela Associação [do Comércio Tradicional Bolha de Água] que não tenha sido identificada por nós previamente e que não esteja a ser avaliada", garantiu Cátia Meirinhos, chamada à reunião para esclarecer os pontos da proposta apresentada pelo Bloco de Esquerda, que recomendava ao Executivo um "papel mais ativo dos comerciantes na gestão do Mercado do Bolhão e revisão do regulamento".

Aos vereadores, a administradora esclareceu que "a revisão do normativo regulamentar está a ser feito há algum tempo, após um ano da reabertura" e, acrescenta, "tem sido feita com a participação de todos os comerciantes", através da apresentação de propostas enviadas por escrito, como já havia acontecido com a primeira versão.

"Não é possível agradar a gregos e troianos. É importante que os comerciantes percebam que temos que conseguir conciliar decisões equilibradas e coerentes para todos", afirma Cátia Meirinhos, sublinhando como a empresa municipal está a trabalhar na melhoria das infraestruturas em questões levantadas pelos comerciantes.

Uma delas, a necessidade de sombreamento das bancas, está em fase de concurso público, e vai traduzir-se num investimento superior a 200 mil euros. Outra necessidade detetada, a da instalação de ar condicionado na zona dos produtos congelados, está pronta a ser suprida. Além disso, e tal como pedido pelos comerciantes, os restaurantes vão poder passar a abrir ao domingo, dia em que o resto do Mercado está fechado.

"Têm sido inúmeras as ações que temos implementado e todas com o contributo dos comerciantes do Mercado", garante a administradora, apontando para o investimento municipal global em obras e na contínua melhoria do espaço, e mostrando-se aberta a novas sugestões de envolvimento.

Executivo enaltece trabalho desenvolvido pela GO Porto

Cátia Meirinhos reforçou, também, que "é preciso ter consciência dos direitos adquiridos e preservados" dos comerciantes históricos, que têm licenças vitalícias e direito a encerrar às 19 horas, quando o horário do mercado é até às 20h.

"Mais de 50% das coimas aplicadas devem-se a um único tema", constata a administradora: a necessidade de "manter as telas abertas para termos uma visão geral do mercado", depois de queixas dos clientes.

Assumindo uma "avaliação de elevadíssima satisfação" com a gestão do mercado e a necessidade de "exaltar o que tem sido conseguido", o presidente da Câmara do Porto reconheceu mérito à equipa do GO Porto e aos comerciantes que "têm tido uma enorme resiliência".

Quanto ao regulamento, Rui Moreira recordou que o documento "foi deliberado pelos vereadores por unanimidade", acrescentando que qualquer alteração deve ser feita "nesta sede".

Perante as explicações da administradora da GO Porto, Sérgio Aires, que apresentou a proposta de recomendação, acabou por retirá-la, reconhecendo a flexibilidade apresentada para "o desenho da visão estratégica [do Mercado] com os comerciantes" e a para a revisão do regulamento.