Município do Porto vai investir este ano 45 milhões na área da Educação
Paulo Alexandre Neves
Notícia
Foi entre crianças do Jardim de Infância da Escola Básica do Bom Sucesso que o presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira, acompanhado do vereador da Educação, Fernando Paulo, assinalou, hoje, o arranque do ano letivo na cidade. Desde abril (altura em que a descentralização de competências nesta área entrou em vigor) que o Município alocou 45 milhões de euros para a área da Educação, montante referente a despesas com recursos humanos, manutenção e reabilitação de equipamentos.
Após visitar as instalações da EB do Bom Sucesso, Rui Moreira disse acreditar que tudo "vai correr bem" e que o município vai mostrar "ser capaz de fazer melhor". "Este ano, as aulas no Porto vão começar no tempo certo. Temos 75 escolas, cerca de 25 mil alunos e 1.500 funcionários que vão garantir que tudo isto vai correr bem. Temos as AEC preenchidas, a colocação dos professores garantida, os funcionários mobilizados e uma bolsa de 150 funcionários adicionais para o caso de haver necessidades", revelou.
Desde abril que o Município do Porto alocou 45 milhões de euros para a área da Educação, montante referente a despesas com recursos humanos, manutenção e reabilitação de equipamentos. "A Educação vai representar para a Câmara do Porto qualquer coisa como 45 milhões de euros, com reabilitações", afirmou o autarca portuense.
Dos cerca de 45 milhões, sete vão destinar-se, no próximo ano, à reabilitação e requalificação de dois equipamentos escolares, nomeadamente as escolas básicas do 1.º Ciclo do Ensino Básico (CEB) dos Correios e Agra do Amial.
“A requalificação do edificado não se faz da noite para o dia”
A Escola Básica do Bom Sucesso, pertencente ao Agrupamento de Escolas Infante D. Henrique e requalificada em 2019, num investimento municipal de cerca de 1,1 milhões de euros, integra, atualmente, 359 alunos, distribuídos por quatro salas de jardim de infância (com 85 crianças) e 12 salas do 1.º ciclo (com 253 alunos).
O presidente da Câmara do Porto lembrou que “a requalificação do edificado não se faz da noite para o dia”. “Esta foi uma reabilitação feita há uns anos pelo município. As outras, lá chegaremos. Não podemos fazer tudo ao mesmo tempo", sublinhou.
Para este ano letivo, a rede escolar pública do Porto será composta por 75 escolas - 46 estabelecimentos do 1.º ciclo de ensino básico e 29 do 2.º e 3.º ciclos e ensino secundário - e cerca de 25 mil alunos. Previsto está também a abertura de duas novas salas de educação pré-escolar (uma na Escola Básica das Campinas e outra na Escola Básica do Cerco).
Neste momento, estão afetos à Direção Municipal de Educação 1.477 trabalhadores (+930 que antes da descentralização de competências na área da Educação).
“Hoje, recebemos um montante ínfimo do IVA, quase irrelevante”
Por isso, Rui Moreira voltou, tal como o tinha feito na reunião do Executivo de segunda-feira, a reclamar a alocação de parte do Imposto sobre Valor Acrescentado (IVA) aos municípios, de forma a mitigar o agravamento das despesas, fruto da inflação. “Hoje, recebemos um montante ínfimo do IVA, quase irrelevante”, frisou.
E voltou a deixar o desejo de, “um dia”, as autarquias poderem gerir também a colocação de professores. "É uma questão fundamental. As escolas são compostas de alunos e professores, na medida em que não podemos ficar com a colocação de professores, exceto nas AEC [Atividades de Enriquecimento Curricular], ficamos com a ideia que melhor seria para os professores, crianças, pais e comunidade escolar que houvesse essa transferência. Não foi assim que o Governo entendeu, mas pode ser que no futuro possa existir. Entretanto, também vamos treinando", acrescentou.
A autarquia aposta também num conjunto alargado de programas educativos e pedagógicos – nomeadamente “Porto de Atividades e das Atividades de Enriquecimento Curricular”, “Porto de Apoio à Família”, “Porto de Crianças”, “Porto de Futuro”, Programa de Promoção do Sucesso Escolar –, continuando também a apoiar alunos, no âmbito da ação social e refeições escolares.
Perante todos estes cenários, Rui Moreira deixou uma garantia: “Todas estas funções públicas tem uma palavra-chave: confiança nos parceiros. Para já, temos condições para garantir que as coisas [na Educação] vão correr bem”.