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Ministro da Cultura imerge na experiência da Feira do Livro do Porto

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No final da tarde desta quarta-feira, o ministro da Cultura juntou-se aos mais de 120 mil visitantes que já passaram pela Feira do Livro do Porto. Acompanhado pelo presidente da Câmara, Pedro Adão e Silva percorreu os 84 expositores, conversou com os livreiros e os alfarrabistas, não se coibiu de aumentar a coleção pessoal de livros e ainda assumiu o “compromisso sério” de reforçar “significativamente” o orçamento para a Cultura no próximo ano.

Por entre tesouros escondidos nas prateleiras dos alfarrabistas, as sugestões dos livreiros e mesmo a oferta de livros por quem ali estava com esse propósito, a atenção do ministro da Cultura foi atraída para a Capela de Carlos Alberto, onde, àquela hora, ainda se ouviam os sons convidativos à meditação das Relax Sessions promovidas por Domenico Lancellotti e Tomás Cunha Ferreira durante a Feira do Livro.

Com duas novelas gráficas na mão, uma biografia de George Orwell e o quinto volume de “Mattéo”, de Jean-Pierre Gibrat, Pedro Adão e Silva afirmou que o facto de o evento do Porto ser “mais focado nos livreiros, nos alfarrabistas” permite “a descoberta de coisas das quais não estamos à espera”.

Confessando a “enorme satisfação podermos voltar a ter eventos ligados à cultura sem restrições”, o ministro reforça como este regresso “faz diferença para quem pode consumir, mas faz muita diferença para quem depende da cultura, que volta a ter uma dinâmica, uma atividade e isso é fundamental”.

Na Feira do Livro do Porto, o responsável pela pasta da Cultura assumiu o “compromisso sério” de reforçar “significativamente” o orçamento do Estado para o setor no próximo ano. “Não é uma perspetiva, é mesmo uma garantia”, afirmou, com a certeza de que “é em torno do livro que se constrói a cultura. O livro é a pedra fundadora do edifício cultural”. Por ser “um setor particularmente sensível, precisa de ser acarinhado”, partilhou Pedro Adão e Silva.

Procura pelos livros de Ana Luísa Amaral sublinham dimensão da poeta

“Sempre animado” por vir aos Jardins do Palácio de Cristal “falar com as pessoas, com os livreiros, com os alfarrabistas, mas também com todas as pessoas que aqui vêm à procura de cultura”, Rui Moreira destacou a grande afluência ao festival literário.

“Os livreiros, os editores queixam-se que há problemas de poder de compras mas, ainda assim, têm conseguido vender, o que é fundamental”, afirmou o presidente da Câmara do Porto, lembrando que “esta é para eles uma feira muito competitiva, pelas condições que oferecemos, o que lhes permite terem aqui uma fonte de rendimento muito importante depois de um tempo muito complicado”.

A quatro dias do fim da Feira do Livro, Rui Moreira sublinhou como havia sido importante a homenagem feita nesta edição a Ana Luísa Amaral, recentemente desaparecida. “Quem a conhecia sabia que era uma pessoa encantadora, não nos arrependemos nada de lhe ter dedicado a tília”, disse o presidente da Câmara sobre uma “grande poeta”, uma “pessoa multifacetada” e “muito importante na área do feminismo, nas questões do género”.

“Tenho muita pena que ela não esteja cá, mas ela sabia que lhe íamos fazer esta homenagem, acho que ela a queria muito. E as pessoas estão a homenageá-la”, acredita Rui Moreira, focado no feedback que tem recebido dos livreiros quanto à procura pelos livros da escritora.

Lamentando a ausência de Ana Luísa Amaral, o presidente da Câmara do Porto fez questão de sublinhar como estes acontecimentos, apesar de tudo, mostram com “um cunho ainda mais forte” a dimensão das pessoas e da sua obra.