Mobilidade

Metro do Porto estuda ligação da Praça do Império à Boavista e nova linha Casa da Música-Santo Ovídio

  • Isabel Moreira da Silva

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Os concursos para elaboração de projetos para o BRT (Bus Rapid Transit) Império-Boavista e para a nova linha de metro Casa da Música-Santo Ovídio vão ser lançados durante este e próximo mês de maio. Os dois investimentos totalizam cerca de 364,7 milhões de euros.

O anúncio foi feito pelo presidente da Metro do Porto, Tiago Braga, na reunião de Câmara desta segunda-feira.

A ligação de BRT Império-Boavista (ou ligação metrobus), com previsão de lançamento do concurso para a elaboração do projeto a 21 de maio, vai ter uma extensão de 3,70 quilómetros e sete novas paragens. Nos planos o cruzamento com a rede atual faz-se à Boavista, com rebatimento na estação da Casa da Música. O investimento ronda os 66 milhões de euros, suportados pelas estimativas da procura estrutural com transbordo, que apontam para uma média diária anual próxima dos 300 mil clientes.

Tiago Braga justificou a opção da empresa pública de transportes por este novo trajeto, em detrimento da linha que há muito tempo a cidade discute para o Campo Alegre, considerando que “a Galiza já será servida no início da circular, na Linha Rosa”. Por outro lado, considerou o responsável, “o Campo Alegre acaba por estar implantado num ponto que acaba por servir as faculdades de Ciências, Letras e Arquitetura”.

Nesta altura, adiantou ainda Tiago Braga, estão a ser desenvolvidos os trabalhos de implantação “em termos de perfis e de adaptação e customização ao território”.

O metrobus (que se aproxima do conceito do CAQQ - Corredores de Autocarros de Alta Qualidade) sucede à solução inicialmente pensada para o Campo Alegre. O percurso será feito pela parte superior da Avenida da Boavista, intersetando com a Marechal Gomes da Costa, até à Praça do Império, não estando prevista, nesta fase, a continuidade para Matosinhos.

O vereador do PSD, Álvaro Almeida, e a vereadora da CDU, Ilda Figueiredo, lamentaram o facto de a BRT não prever a passagem pela zona do Campo Alegre. Rui Moreira também não excluiu que essa linha seria a ideal. Porém, de acordo com o que a Metro do Porto, seria estruturalmente difícil fazer a ligação da zona do Hotel Ipanema Park ao Campo Alegre em BRT. “Não sei como se fazia essa ligação”, admitiu.

Nova linha Casa da Música-Santo Ovídio

Com seis novas estações e ligação à rede nas estações Casa da Música e Santo Ovídio, a "segunda linha de metro de Gaia", como é conhecida, vai ter uma extensão de 6,77 quilómetros, representado um investimento na ordem de 298.700 milhões de euros. O concurso para a elaboração do projeto deve ser lançado já nesta sexta-feira, dia 23 de abril. Para esta linha, as estimativas da procura estrutural com transbordo indicam uma média diária anual próxima dos 300 mil clientes.

“Quando começámos a desenvolver as soluções, verificámos que uma percentagem muito significativa da procura no eixo Campo Alegre, concentrava-se entre Galiza e Jardim Botânico, com particular ênfase entre a estação da Galiza e a do Campo Alegre, e aí começámos a ter um nó, e essa estação do Campo Alegre, que é a segunda linha de Gaia, que vai entre a Casa da Música, Devesas e Santo Ovídio”, explicou Tiago Braga.

À boleia desta nova linha será construída uma nova ponte sobre o Douro, cujo concurso de ideias foi lançado a 16 de março. O arquiteto Eduardo Souto de Moura representa a Câmara do Porto no corpo dos 11 jurados, recordou Rui Moreira .

A nova travessia representa um investimento na ordem dos 50 milhões de euros. Deverá ficar a uma cota superior à da Ponte da Arrábida.

Esta expansão da rede da Metro do Porto insere-se na estratégia 3.0 da empresa, que pretende contribuir para o objetivo da neutralidade carbónica até 2050.