Mobilidade

Metro do Porto comemora 14 anos enquanto espera anúncio da expansão

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Miguel Nogueira

O Metro do Porto faz 14 anos e constitui uma das maiores
revoluções em matéria de mobilidade e ambiente operada na história da cidade do
Porto. É uma das maiores redes de metropolitano ligeiro da Europa e provoca
impactos muito positivos na sociedade e no território, em termos sociais,
ambientais e económicos.


Atualmente a rede tem 67 km de extensão, 7,7 dos quais em túneis,
é composta por seis linhas, possuindo uma frota de 102 veículos capazes de
transportar cerca de nove mil pessoas em cada linha a cada hora. Existem 81
estações, 14 das quais subterrâneas.


Calcula-se que a existência do sistema de metro evite que 12
mil veículos circulem diariamente na cidade e que 55 mil toneladas de CO2
deixem de ser emitidas anualmente para a atmosfera.


60% dos clientes da Metro do Porto têm menos de 35 anos e
cerca de 30% são estudantes. Em 2015 registou mais de 57 milhões de validações.


A Metro do Porto foi lançada no primeiro mandato do então
presidente da Câmara do Porto, Fernando Gomes e por sua iniciativa. Na altura,
tal foi considerado por muitos um projecto irrealizável e irrealista. Mas a
congregação de vontades dos autarcas da Área Metropolitana, onde figuras como Vieira
de Carvalho, Narciso Miranda, Luís Filipe Menezes, Rui Rio, Mário de Almeida, Macedo Vieira e Valentim Loureiro
governavam as várias cidades servidas pelo Metro, acabou por ser determinante para a sua
concretização e expansão. Durante o período de expansão da rede, presidiram à empresa Vieira de Carvalho, Valentim Loureiro e, interinamente, Rui Rio, antes do presidente do conselho de administração passar a ser nomeado pelo Governo e deixar de ser um autarca.


A primeira linha do Metro do Porto - ligando Senhor de
Matosinhos à estação da Trindade (linha A) - foi inaugurada no dia 7 de
Dezembro de 2002 pelo primeiro-ministro Durão Barroso. Nessa primeira fase, a
rede possuía apenas 11,8 km e 18 estações, todas de superfície, sendo o antigo
túnel ferroviário da Lapa, reconvertido para a rede do metro, o único percurso
subterrâneo. A 5 de Junho de 2004, a linha foi estendida até ao Estádio do
Dragão, pronta para o Campeonato Europeu de Futebol, que decorreu nesse ano em
Portugal. A rede ganhou 3,8 km de linha e cinco novas estações no centro do Porto,
em túnel subterrâneo aberto propositadamente para o metro.


Em 13 de Março de 2005, abriu o primeiro troço da segunda
linha, a linha B, aumentando a rede em quase 7 quilómetros e 5 novas estações
de superfície, ligando Pedras Rubras, a partir da Estação da Senhora da Hora já
existente para a linha A, ao Estádio do Dragão. Esta nova linha usa o canal
ferroviário da Linha da Póvoa, aberto no século XIX, e que ligava a Póvoa de
Varzim ao Porto. Uma outra nova linha, a Linha C, abriu meses depois no dia 30
de Julho chegando até ao centro da cidade da Maia, o que significou um novo
aumento de 6 km de linha e seis novas estações de superfície, parte da linha C,
foi construída no antigo canal da linha ferroviária da Trofa.


A Linha D (amarela) abriu no dia 18 de Setembro de 2005 para
ligar o centro de Vila Nova de Gaia ao extremo Norte do concelho do Porto,
junto ao pólo universitário. Abrindo 5,7 km de rede e dez novas estações, quase
todas elas subterrâneas. Existiram sérios constrangimentos nas escavações do
túnel da linha D no centro do Porto que atrasou a abertura desta linha. A linha
obrigou à construção de uma nova travessia rodoviária sobre o Douro ? a Ponte
do Infante ? uma vez que o tabuleiro superior da Ponte D. Luís teve de ser
fechado ao trânsito automóvel e convertido para o metro. Em 10 de Dezembro, a
linha estendeu-se mais 804 metros em Vila Nova de Gaia, abrindo também uma nova
estação (João de Deus). Nesta data estava prevista também a abertura das
estações IPO e Hospital de São João. No entanto, devido a problemas de
segurança levantados pela Escola Superior de Enfermagem do Porto (São João), os
carris do metro passam a apenas 50 cm dos portões desta faculdade, o governo
decidiu suspender a abertura até que todas as questões de segurança fossem
ultrapassadas.


A abertura oficial do troço principal da linha Vermelha até
à Póvoa de Varzim foi a 18 de Março de 2006, aumentando a rede em mais de 17,2
km e 15 novas estações.

Em 31 de Março, entraram em operação o segmento entre as
Estações Fórum Maia e ISMAI da Linha C (4,5 km e 4 novas estações) e o segmento
entre as Estações Pólo Universitário e Hospital de São João (1,2 km) da Linha
D, com pequenos melhoramentos para o acesso à Escola Superior de Enfermagem.


Em 27 de Maio, em cerimónia presidida pelo então primeiro-ministro, José Sócrates, considerou-se concluída a primeira fase da
rede, com a entrada em funcionamento da linha Violeta (linha E), que passou a
ligar a Baixa do Porto ao Aeroporto Francisco Sá Carneiro, sendo a primeira
rede de metropolitano em Portugal a fazer tal tipo de ligação e a segunda na
Península Ibérica. Esta nova linha usa o canal da linha B, acrescentando apenas
1.480 metros e três novas estações.


Entretanto, a Linha D teve dois prolongamentos a sul com a
abertura da estação D. João II, a 26 de Maio de 2008, e da estação de Santo
Ovídio, a 15 de Outubro de 2011.


Já no mandato de Rui Moreira como presidente da Câmara do
Porto, o tema da expansão da rede voltou a ser colocado, com o atual ministro
do ambiente, José Pedro Matos Fernandes, a acordar a aplicação de cerca de 240
milhões de euros em novas linhas nos próximos anos.