Mário Cláudio juntou-se hoje a Vasco Graça Moura e Agustina Bessa-Luís na Avenida das Tílias
Notícia
Mário Cláudio foi hoje homenageado na Feira do Livro do Porto, através da atribuição de uma tília da Avenida das Tílias, onde se realiza, pelo terceiro ano consecutivo, o certame organizado pela Câmara do Porto. Na placa, que permanecerá junto da árvore escolhida para este tributo, pode agora ler-se "Toda a biografia é um romance", eternizando-se, desta forma, a palavra escrita do autor portuense.
Prémio Pessoa e Comendador da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada, entre tantas outras distinções, Mário Cláudio serve-se dos mais variados géneros literários para escrever frequentemente sobre o Porto, a sua "cidade sólida e pétrea". Autor de uma obra vasta e complexa, na qual se ingressa por diversas vias, sendo a originalidade dos seus escritos biográficos uma das mais cativantes.
A cerimónia foi presidida por Rui Moreira, Presidente da Câmara do Porto, contou com a presença do Ministro da Cultura, Luís Filipe Castro Mendes, o Ministro da Defesa, José Alberto Azeredo Lopes e ainda o Diretor Regional da Cultura do Norte, António Ponte.
"Um ato normal", classificou o Presidente da Câmara, que relembrou aos presentes que "Mário Cláudio não precisa de uma homenagem para que o seu nome esteja inscrito no universo dos principais nomes da literatura e da sua cidade que é o Porto".
O homenageado agradeceu o "presente das mãos de amigos", e aproveitou para realçar a sua ligação aos Jardins do Palácio de Cristal, local onde outrora os seus pais se terão conhecido e motivo de inspiração para nomes como António Nobre, importante no seu processo de aprendizagem.
"A maior homenagem que se pode dar a um autor é ler aquilo que escreve", relembrou Mário Cláudio, que durante a cerimónia agraciou ao jovem Izaque, a quem dedicou a sua última obra, deixando que fosse a criança a descerrar a placa comemorativa.
O escritor manifestou vontade em continuar a sua obra e confessou que "no passado a escrita era uma tortura e o reconhecimento público uma ânsia, hoje deixei de ter essa ânsia e a escrita transformou-se num prazer".
Em declarações, o ministro da Cultura referiu ainda o homenageado como "um grande escritor e romancista consumado" e realçou a sua capacidade de invenção verbal e de ficção "muito acima do nosso panorama literário".
A Avenida das Tílias encheu-se para assistir à cerimónia que marca o ponto de partida para os vários momentos em que, nesta edição da Feira do Livro do Porto, a obra de Mário Cláudio estará em destaque.