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Marinha entrega o leme à cidade do Porto

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Em 1527, e tal como diz o latim na inscrição, “Miguel da Silva, bispo eleito de Viseu, mandou construir esta torre para dirigir a navegação”. Quase 500 anos depois, a Capela-Farol de São Miguel-o-Anjo volta a assumir o leme, desta vez em forma de monumento, entregue à cidade para assinalar o arranque das comemorações do Dia da Marinha, que acontecem no Porto até domingo.

“Este é um local único para todos os portuenses”, sublinhou o presidente da Câmara do Porto, no momento de inauguração do monumento, na tarde desta quinta-feira. Lembrando como ali “ocorreram desastres, vimos salvamentos que foram desempenhados com o empenho e preocupação de toda a população, vimos passar águas de cheias”, Rui Moreira afirmou que “temos agora uma roda de leme que nos vai fazer recordar para sempre o papel que a Marinha tem”.

Ali ficarão marcadas as palavras: “A pátria honrai que a pátria vos contempla”.

O presidente da Câmara acredita que a cidade “está muito ligada à Marinha Portuguesa e as populações do Porto e das redondezas têm um enorme apreço e respeito pelas Forças Armadas e pela sua missão, que é fundamental para a nossa soberania”.

“A nossa soberania só é possível se tivermos soberania sobre o mar, que é, para nós, vital”, reforça Rui Moreira. E acrescenta: “o Porto é uma cidade que tem uma relação privilegiada com o mar e com o rio, não fosse o seu nome Porto”.

Também por isso mostra entusiasmo pelas comemorações do Dia da Marinha se realizarem, este ano, na cidade, com atividades que “vão promover esta ligação dos portuenses, dos nortenhos, com o mar, com a Marinha, esperando, também, que isto seja um apelo e um chamamento a novas vocações porque nós precisamos de pessoas que compreendam o mar e gostem do mar”, diz o presidente da Câmara.

No mesmo sentido, o chefe do Estado-Maior da Armada, almirante Gouveia e Melo, confirmou que “este singelo monumento marca este dia, mas também esta proximidade que temos a esta população do Norte, que é fantástica, e que muito tem auxiliado a Marinha, também nas suas missões, no seu recrutamento e na sua história”.

Para o almirante, “a ligação do Porto à Marinha e ao mar é óbvia” e as comemorações que trazem aquele braço das Forças Armadas à cidade vêm fortificar uma “relação frutuosa” e que “constitui já um marco com a Sagres atracada e dois navios fundeados no meio do rio”.

Além de permitir visitas aos navios, o Dia da Marinha conta com outras atividades como exposições, batismos de mar, cerimónias religiosas e militares, demonstração de capacidade e um concerto que vai juntar, na Alfândega do Porto, esta sexta-feira, a Banda da Armada e o cantor Miguel Guedes.