Mobilidade

Mais cinco autocarros 100% elétricos da STCP já circulam na carreira da mobilidade do futuro

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Já circulam por toda a rede mais cinco autocarros inteiramente movidos a eletricidade, que a Sociedade de Transportes Colectivos do Porto (STCP) adquiriu para atingir a meta dos 40% de uma frota totalmente elétrica até ao fim da década. Em dois anos, a empresa intermunicipal conta chegar aos 76 veículos deste tipo e mais do que duplicar essa frota até 2027. Os novos veículos têm uma autonomia de 250 quilómetros e vão permitir uma redução de 441 toneladas de emissões de dióxido de carbono ao ano.

Com a meta dos 40% absolutamente assumida, o presidente da Câmara do Porto afirma que “esse caminho começa agora”. “A entrada em serviço destes autocarros representa um esforço conjunto de contribuir para a transição climática e energética, matéria em que as cidades são chamadas a assumir um papel proativo e, diria mesmo, de liderança”.

Estes novos autocarros fazem parte de um lote de 86 viaturas adquiridas ao abrigo do II Aviso POSEUR (Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos), juntando-se aos 188 autocarros “verdes” com que a empresa já circula. Rui Moreira acredita que “esta renovação gradual tem permitido à STCP operar uma frota cada vez mais eficiente em termos económicos e ambientais e reduzir significativamente as emissões de carbono”.

Para o presidente da Câmara do Porto, a sustentabilidade ambiental permitida “só faz sentido se também garantirmos a sustentabilidade social”, uma vez que “investir no transporte público qualificado é a melhor forma que temos de redistribuir a riqueza entre os nossos cidadãos”.

Rui Moreira sublinhou a aposta do Município “na gratuitidade dos transportes públicos até aos 18 anos, indo além dos custos do PART [Programa de Apoio à Redução Tarifária nos Transportes] porque acreditamos que este investimento contribui para a mudança dos comportamentos geracionais”.

Naquela que foi a primeira cerimónia pública desde a conclusão do processo de intermunicipalização da STCP, no início deste ano, o presidente da Câmara do Porto deixou a nota de que “nós não nos esquecemos de onde vimos”, a propósito do anúncio da “destruição da STCP através da passagem para privados sem o mínimo de condições”.

“O que interessava é que a STCP fosse barata para transportar poucos passageiros e esta alteração de paradigma deve-se a este governo e a este ministro em particular”, reforçou Rui Moreira, acreditando que a solução encontrada “permitiu que hoje o transporte público esteja alinhado com as melhores práticas internacionais”. “A intermunicipalização da STCP constitui um exemplo de descentralização de competências muito virtuoso”, acredita.

Mais 48 milhões de euros para autocarros na Área Metropolitana do Porto

Já o ministro do Ambiente e da Ação Climática lembrou como a STCP foi “a primeira empresa do país a apostar em autocarros movidos a gás natural”. Portanto, afirma João Pedro Matos Fernandes, “é com alguma naturalidade que vejo a STCP a ter este compromisso de redução de emissões”, acreditando que se possa tornar “o primeiro operador grande em Portugal a virar completamente neutro em carbono”.

“Temos mesmo que ser capazes de inverter a tendência de aumento de emissões de gases” no setor dos transportes, reforçou o ministro, lembrando que o POSEUR já financiou a compra de 709 autocarros a nível nacional. No primeiro aviso, a cota de elétricos era apenas de 15%, passando a 40% dois anos depois.

Em dezembro, será lançado um novo concurso, dentro do Plano de Recuperação e Resiliência, destinado às áreas metropolitanas, num valor que ascende a 48 milhões de euros e prevê a aquisição de mais 150 autocarros.

No Museu do Carro Elétrico, João Pedro Matos Fernandes confessou que “se me pedissem para escolher uma medida que tomei desde que sou ministro, escolhia o PART”. Para o representante do Governo, não há dúvida de que “utilizar os transportes coletivos, desde que com as regras de higiene, é absolutamente seguro”, afirma, a propósito da redução do número de passageiros provocada pela pandemia.

A partir de hoje, os passageiros da STCP são conduzidos em 420 autocarros: 79% movidos a gás natural, 5% a eletricidade e apenas 16% a diesel. O investimento da empresa, afirma o presidente da STCP, pretende contribuir “para atingir os objetivos de uma política nacional de descarbonização”. “Assumimos uma responsabilidade com o futuro das cidades”, sublinha Manuel Queiró, confiante de que “estamos cada vez mais cientes das necessidades dos que viajam connosco todos os dias”.

A cerimónia, que antecipou a viagem inaugural num autocarro totalmente elétrico, na manhã deste sábado, contou ainda com a presença do secretário de Estado da Mobilidade, Eduardo Pinheiro, do vice-presidente da Câmara do Porto com o pelouro do Ambiente, Filipe Araújo, da vereadora dos Transportes, Cristina Pimentel, além de representantes das várias autarquias servidas – agora de forma mais “verde” - pela STCP, e de membros da empresa que construiu os veículos e deu formação a quem os vai agora pôr a circular.