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Lonas antigas da Ágora renascem em 500 sacos sustentáveis e solidários

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A partir das lonas produzidas ao longo dos últimos anos, a empresa municipal Ágora deu nova vida a esses materiais e criou uma versão limitada de sacos coloridos e fáceis de transportar, promovendo a sustentabilidade e reutilização dos materiais utilizados. Os sacos foram desenhados pela artista Madalena Martins e executados por reclusos do Estabelecimento Prisional do Vale do Sousa.

Desde o grande balão de São João, que preencheu a imagem das festas da cidade em 2023, às cores vibrantes do verão no Estádio de Praia, localizado na Praia Internacional do Porto, bem como as cores nas fachadas de diferentes equipamentos municipais, Madalena Martins transformou tudo em tote bags.

"Foram quatro os reclusos envolvidos neste trabalho, um deles com a tarefa de costurar e três a dar apoio noutras tarefas", explicou a artista.

Quanto ao processo, as lonas são recolhidas e entregues no estabelecimento prisional onde os reclusos fazem a primeira triagem e a limpeza das telas. "Depois estudamos com eles a linguagem gráfica que cada tela nos dá, como enquadrar a fotografia, que preferência dar aos padrões, como conjugar as cores e combinar as duas faces, revelou.

Para se chegar ao modelo final, segue-se o corte e a fixação das alças. "É importante salientar que a fita tecida das alças é produzida numa fábrica local, no Porto, tornando, assim, a logística mais sustentável", disse Madalena Martins. Segue-se a costura das duas faces e o saco está pronto a para ser usado.

"Mais do que um caráter solidário e sustentável, este trabalho é muito importante para a reinserção destes reclusos, que são remunerados de acordo com o trabalho que desenvolvem", explicou a artista, ou seja, o trabalho é remunerado à peça e uma percentagem do valor reverte para o estabelecimento prisional.

De momento, estão a ser produzidos 500 sacos com diferentes cores e padrões.