Cultura

Livro sobre a Revolução de 1820 eleito pelo Almanaque Republicano como o “melhor do ano”

  • Isabel Moreira da Silva

  • Notícia

    Notícia

#mno_apresentacao_livro_1820_expo_13.JPG

Porto.

“1820: Revolução Liberal do Porto”, um livro de José Manuel Lopes Cordeiro, publicado pela Câmara do Porto no âmbito das celebrações do bicentenário da efeméride histórica, foi eleito pelo blog “Almanaque Republicano” como o melhor livro do ano de 2020 na área da História Contemporânea Portuguesa.

É o reconhecimento de um trabalho de pesquisa muito aprofundado, que narra os factos do episódio da história nacional que marcou de forma indelével o constitucionalismo português: a Revolução Liberal do Porto.

Apresentada em setembro do ano passado no âmbito da Feira do Livro do Porto, a obra prefaciada pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, ocupa agora o lugar cimeiro da lista elaborada pelo prestigiado blog, da autoria dos historiadores Artur Barracosa Mendonça e José Manuel Martins, que há mais de uma década não deixa cair a tradição de apresentar uma compilação das publicações que merecem honras de destaque nesta área do conhecimento, ao início de cada novo ano.

O livro-catálogo de edição municipal, com 500 páginas, percorre todo o ambiente efervescente que culminou com o levantamento militar e popular de 24 de Agosto de 1820 e contextualiza o que sucedeu em consequência deste movimento que eclodiu no Porto, impulsionado pelo Sinédrio, associação secreta formada em 1818 por burgueses e homens letrados da cidade e que tinha como grande propósito instaurar o liberalismo em Portugal.

Foram duas as grandes mudanças que deste momento histórico advieram: a elaboração da primeira Constituição Portuguesa e o regresso da família real, bem como de toda a corte do Rei D. João VI a Portugal, em julho de 2021.

É precisamente este o período temporal da obra que foi pensada para a exposição "1820.Revolução Liberal no Porto", patente no Gabinete do Tempo do Museu da Cidade - Casa do Infante, até dia 10 de janeiro (próximo domingo).

Aquando da inauguração da mostra expositiva e respetivo lançamento do livro-catálogo, em entrevista ao “Porto.”, o Professor José Manuel Lopes Cordeiro afirmava a importância de o Município não ter deixado passar em claro as comemorações do bicentenário da Revolução Liberal do Porto (que vieram depois a estar condicionadas por causa da pandemia).

“Procuramos dar uma visão abrangente do que aconteceu nesse ano, porque o pós 24 de Agosto foi desprezado ou nem sequer abordado pela historiografia. 1820 antes de ser um acontecimento político nacional foi um acontecimento do Porto e isso não se diz abertamente”, declarou, nessa ocasião, lamentando que vários historiadores reconhecidos da nossa praça desprezem a investigação deste período.

Mas não o “Almanaque Republicano”, que atribui o segundo lugar na sua lista dos melhores livros do ano a mais duas obras relacionadas com a Revolução de 1820: “No Bicentenário da Revolução Liberal (vol. 1). Da Revolução à Constituição, 1820-1822” e “No Bicentenário da Revolução Liberal (vol.2). Os 40 dias que mudaram Portugal”, publicadas pela Porto Editoras e ambas da autoria de Vital Moreira e José Domingues, personalidades que também participaram ativamente nas celebrações dos 200 anos da Revolução Liberal do Porto.

De entrada livre, exposição "1820.Revolução Liberal no Porto", da autoria de José Manuel Lopes Cordeiro, com curadoria do núcleo de programação do Museu da Cidade, cumpre todas medidas preventivas em vigor, pelo que a entrada é controlada de modo a não ultrapassar o limite máximo de pessoas possível no seu interior.

//

"1820.Revolução Liberal no Porto"
Gabinete do Tempo | Terça-feira a domingo 10h00 - 17h30 (aos sábados e domingos até às 13 horas, de acordo com o recolhimento obrigatório em vigor)
Rua da Alfândega, 10
+351 222 060 400/423
infomuseudacidade@cm-porto.pt
www.museudacidade.cm-porto.pt

O livro "1820: Revolução Liberal do Porto” está à venda nas bibliotecas municipais do Porto (Biblioteca Pública Municipal do Porto, em frente ao Jardim de S. Lázaro, e Biblioteca Municipal Almeida Garrett, nos Jardins do Palácio de Cristal) e ainda nas estações do Museu da Cidade que se encontram abertas ao público, nomeadamente na Casa do Infante, Casa Marta Ortigão Sampaio, Casa Tait, Casa Guerra Junqueiro e Banco de Materiais. O PVP é de 25 euros.