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Jovens “construtivamente desassossegados” assinalam cinco anos do Pólo Zero

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Ao quinto aniversário, tal como no primeiro dia, a palavra essencial do Pólo Zero é “participação”. A certeza é partilhada pela vereadora da Câmara do Porto, Catarina Araújo, o secretário de Estado da Juventude e Desporto, João Paulo Rebelo, e pelo presidente do Politécnico do Porto, João Rocha, que responderam ao convite da presidente da Federação Académica do Porto (FAP), Ana Gabriela Cabilhas, para marcar os cinco anos daquele espaço de estudo, cultura e apoio ao empreendedorismo destinado aos estudantes universitários da cidade.

Para Catarina Araújo, o Pólo Zero “nasce de um encontro de vontades e é um bom exemplo da forma como temos conseguido trabalhar e construir em prol do movimento associativo estudantil”.

“O Porto é privilegiado” pelo trabalho que é feito pelas organizações de jovens, acredita a vereadora com o pelouro da Juventude, para quem “os jovens são uma oportunidade para a cidade e o Porto tem que ser uma oportunidade para os nossos jovens, uma cidade que lhes dá bem-estar”.

A certeza do Município é de que “pensar a cidade sem contar com os jovens a contribuir para as respostas da autarquia não faz sentido”. Dirigindo-se a uma audiência constituída essencialmente por dirigentes das várias associações de estudantes e juvenis da cidade, Catarina Araújo reforçou que “são vocês os mais construtivamente desassossegados, os mais irreverentes, aqueles que nos questionam. E é importante que o façam”.

A vereadora lembrou que é desta relação que nasceram, entre outros, projetos como o Capacita.Te ou o Study in Porto, e mesmo a Estratégia da Juventude do Porto 4.0. “O diálogo tem que ser próximo, dinâmico. É assim que temos uma cidade mais coesa, mais justa e que nos permite ser melhores”, assegurou Catarina Araújo.

Participar, sugerir, ouvir e chamar à decisão

O Pólo Zero é um projeto da Federação Académica do Porto e está sediado na Praça de Lisboa, junto à Torre dos Clérigos. O espaço, cedido pela Câmara do Porto, foi inaugurado em 2016 pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, acompanhado pelo secretário de Estado da Juventude e Desporto.

Cinco ano depois, João Paulo Rebelo mostrou-se “feliz por voltar a este espaço vibrante da cidade do Porto”, onde “ocorreram diversas atividades tão importantes para o desenvolvimento do associativismo estudantil e juvenil”. “A participação é absolutamente essencial”, assim como espaços que a ela apelem, acredita.

Para o representante do Governo, “mais do que auscultar os jovens, temos que dar o passo seguinte que é o envolvimento deles nos processos de decisão”. João Paulo Rebelo assumiu que “queremos pegar em práticas como acontecem aqui no Porto [como o Conselho Municipal de Juventude] e tentar generalizá-las ao resto do país”.

O secretário de Estado terminou deixando a certeza de que “o nosso país é mais pobre se não contar com o envolvimento de uma fatia tão importante da sua população que são os jovens e a energia transformadora que trazem a todos os processos”.

Da parte das instituições de ensino, o presidente do Politécnico do Porto reforçou “o papel que os estudantes podem ter na gestão das instituições depende – e muito – da atitude dos estudantes”. “Têm que ser pró-ativos, reivindicativos, não podem ficar à espera”, desafiou João Rocha. “Todos nós podemos fazer mais e melhor se tivermos os estudantes envolvidos e para isso é tão importante o trabalho das associações”, nomeadamente quanto a questões estruturais, acredita. No final da sessão, a FAP e o Politécnico do Porto reafirmaram o compromisso de colaboração.