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José Mário Branco vai ser o homenageado deste ano na Feira do Livro do Porto

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José Mário Branco foi escolhido pela Câmara do Porto como figura a homenagear na Feira do Livro deste ano, que assim assinala os 50 anos de carreira do cantautor portuense e grava o seu nome na Avenida das Tílias, nos Jardins do Palácio de Cristal. 

José Mário Branco não vem de longe, porque nasceu mesmo aqui, no Porto, mas a sua carreira vem já de há mais de 50 anos e vai ser recordada, dissecada e detalhadamente fruída durante a edição da Feira do Livro do Porto, em setembro.

O cantor, compositor, letrista, produtor e ator juntará o seu nome aos de Vasco Graça-Moura, Agustina Bessa-Luís, Mário Cláudio e Sophia de Mello Breyner Andresen, homenageados pela autarquia nas edições anteriores com atribuição de uma placa evocativa. Servirá também de mote para muitas das atividades culturais e de animação que irão integrar o evento, além de ser o convidado para uma conversa com a jornalista Anabela Mota Ribeiro.

Uma das vozes e figuras mais emblemáticas da nossa liberdade conquistada na revolução de 1974, e que mesmo censurada nunca deixou de escrever poesia e música quando foi urgente que soasse, José Mário Branco nasceu no Porto a 25 de maio de 1942. Cursou Economia e História, depois de ter abandonado o estudo do violino, chamou ao seu primeiro LP um verso de Camões ("Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades", 1971), foi perseguido pela PIDE e exilado político, interveio nos palcos da música, do teatro, da televisão e do cinema. Desde cedo fez também produção, designadamente arranjos em discos de Sérgio Godinho e José Afonso, tendo sido gravados por José Mário Branco, em Paris, os passos que ouvimos no início de "Grândola, Vila Morena". Voltou, já maduro, à universidade para estudar Linguística porque, como diz este cantautor da inquietação, "a revolução é concretíssima se começarmos por fazê-la dentro de cada um de nós".