Urbanismo

Já se desenha no terreno o futuro Parque da Alameda de Cartes

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As obras que farão nascer o futuro Parque da Alameda de Cartes arrancaram em julho e já se pode ver trabalho a acontecer no terreno. Assim o testemunharam os vereadores do Ambiente e do Urbanismo e Espaço Público numa visita ao local. Com a certeza das equipas responsáveis pela execução de que o plano segue o previsto, Filipe Araújo e Pedro Baganha admitem que a primeira fase da obra estará concluída em fevereiro de 2024.

O Parque da Alameda de Cartes desenvolve-se na zona oriental da cidade, em Campanhã, na interface entre três bairros de habitação pública municipal: Falcão, Cerco do Porto e Lagarteiro.

A área de intervenção assume particular relevância pelo seu potencial de coesão social e urbana através do estabelecimento de ligações entre pontos estratégicos do território: os três bairros de habitação pública, o Parque Oriental, a Alameda de Cartes, as escolas, a Horta da Oliveira, a Rua Emílio Biel, a Rua do Falcão e a Rua do Monte de Campanhã, abrindo um canal pedonal e ciclável desde o Parque da Corujeira até à entrada do Parque Oriental.

Além da significativa melhoria do espaço público, que respeita as necessidades de circulação pedonal dos cidadãos que a habitam, o Parque da Alameda de Cartes é um espaço verde de acesso público, multifuncional e inclusivo. Tem áreas de estadia, de recreio, de contemplação e de receção num contexto de elevado conforto microclimático e segurança.

Um dos pontos importantes do novo Parque é uma das suas “portas de entrada” junto à Rua do Falcão, que constitui um harmonioso interface com a escola EB1 de Falcão. Esta nova praça, que surge num terreno que estava anteriormente previsto urbanizar, funcionará como um espaço de convívio social, recreio e contemplação, promotor de um acesso à escola em segurança. Irá também funcionar com um local de ensino ao ar livre, em contacto com a natureza.

A zona de intervenção apresenta áreas de grande declive, as quais estão a ser estabilizadas através do reperfilamento dos taludes mais inclinados. Estão também a ser removidos grandes aterros e restos de obras de urbanização pré-existentes.

Áreas verdes permeáveis garantem infiltração de águas a usar na recarga de aquíferos

Ao nível das movimentações de terras, a obra desenvolve-se de acordo com princípios de sustentabilidade ambiental, sendo que não são importadas nem exportadas terras de/para outro local. Foram ainda implementadas medidas de proteção e salvaguarda da fertilidade do solo. O solo fértil foi decapado, armazenado em pargas, com recurso a estratégias de revestimento vegetal e melhoria da fertilidade. O solo preservado será redistribuído no final pelas áreas verdes.

O desenho da vegetação assenta em estratégias de composição para a promoção da biodiversidade e valorização ecológica da paisagem urbana; promoção da qualidade estética, pela desobstrução de vistas e a criação de cenários; e promoção de conforto microclimático.

Toda a água das chuvas que cai diretamente na área de intervenção será gerida no local, de acordo com práticas de drenagem sustentável. O parque foi desenhado de modo a promover grandes áreas verdes permeáveis para infiltração de águas no solo. A modelação do terreno encaminha as águas para bacias de retenção e poços de infiltração. Esta água será infiltrada ao nível do subsolo e irá fazer recarga dos aquíferos subterrâneos da proximidade, sendo que nenhuma da água será encaminhada para a rede de águas pluviais.

Ao nível dos prados, propõem-se uma alternância entre prados regados nas clareiras de recreio e prados de sequeiro nos taludes. Esta organização permite uma otimização dos recursos hídricos e uma diferenciação ecológica que acrescenta valor estético na composição florística, cor e textura dos prados.

A cargo da empresa municipal GO Porto, o Parque da Alameda de Cartes surge no contexto do projeto URBiNAT, e corresponde a um investimento municipal na ordem dos 2,2 milhões de euros.