Ambiente

Já pode encomendar vegetais ao Marcos e café à Raquel através do telemóvel

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Marcos era engenheiro e decidiu dedicar-se à produção de vegetais em Gondomar. Filho e neto de apicultores em Cinfães, Jorge começou a produzir mel. E Raquel e André arriscaram dar uma nova vida à fábrica de café do avô. Em comum, oferecem uma produção biológica, regularmente disponível nos mercados Good Food HUbs, na Asprela, e agora, também, através de uma plataforma digital, a Hortee. É pelo primeiro nome que são tratados porque o que o projeto quer promover é, precisamente, a proximidade entre produtores e consumidores.

Desenvolvida por uma startup nacional especializada na venda de frescos online, a partir das necessidades e ideias quer de produtores, quer de consumidores, a ferramenta pretende ser intuitiva, à semelhança de qualquer outra plataforma de compra. Escolhidos os produtos e feito o pagamento, basta escolher o local de entrega que, como é missão do projeto, quer assegurar a entrega em mãos.

Para que ninguém esqueça que do outro lado da compra está uma pessoa, que produz a não mais de 90 quilómetros do Porto, é aconselhada a encomenda com, pelo menos, 24 horas de antecedência, uma vez que a colheita dos frescos será feita na manhã do dia da entrega e apenas em função dos pedidos, sem recurso a intermediários.

Fica, assim, assegurada, além da frescura dos produtos, a redução tanto do desperdício como da pegada carbónica, mas também a rápida comunicação em caso de rutura de produção. A comunicação – seja digital ou cara a cara – garante que os consumidores conheçam quem produz o que vão ter à mesa.

Como principais funcionalidades desta nova plataforma estão a segurança das transações, a garantia de prática de preços justos – um cabaz de 12 quilos pode ficar até seis euros mais baratos do que nas grandes superfícies – , a disponibilidade de produtos frescos, uma redução de até 25% do desperdício e a promoção de uma produção local e certificada.

Os produtores que fazem parte da Hortee são a Biogoods (frutas e hortícolas de época e mel produzidos em Cinfães), a MicroBotânica (microvegetais, saladas e hortícolas diretamente de Gondomar), a ShiiCoração (cogumelos shiitake biológicos produzidos em Arouca), a Kukken Café (café biológico em grão, pó ou cápsula, com embalagem biodegradável), ou a Agrinemus (tremoço, falafel de tremoço, medalhão de tremoço, frutas da época e sumos 100% naturais, produzidos em Castelo de Paiva).

Hortee dá-se a conhecer esta semana na FEUP

Promovido pelo Município do Porto, o Good Food HUBs tem como objetivo promover uma alimentação saudável, sustentável e local. Sob o lema "Muda a tua alimentação. Transforma o mundo", o projeto engloba eventos de entrega/venda de alimentos, workshops, a promoção de critérios de sustentabilidade nas cantinas e projetos de investigação relacionados com o sistema alimentar.

Desde a sua criação, em outubro de 2022 já realizou 57 mercados, onde participaram dez produtores. Os cerca de dois mil clientes que aderiram compraram mais de duas toneladas de alimentos biológicos, movimentando mais de sete mil euros.

O Good Food HUBs faz parte do “Asprela + Sustentável”, a estratégia municipal para a criação da primeira comunidade de energia renovável naquele quilómetro quadrado do conhecimento e da sustentabilidade, e está incubado na UPTEC - Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto.

Depois de ter sido dada a conhecer à comunidade académica no Instituto Superior de Engenharia do Porto, a plataforma Hortee é apresentada na próxima quinta-feira, 16 de novembro, às 15h30, na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto. A aposta do Eduardo em cogumelos shiitake, os vegetais frescos do Marcos, e o cheiro do café da Raquel e do André também lá estarão. Tal como os próprios para entregar os produtos biológicos em mão.