Ambiente

Já pode conhecer o “bilhete de identidade” de milhares de árvores da cidade

  • Paulo Alexandre Neves

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O Município do Porto tem vindo a desenvolver um conjunto de ações para a requalificação e melhoria dos jardins e parques da cidade, assim como de conservação e proteção do arvoredo, que reúne mais de 65 mil árvores públicas. Todas estão ou virão a estar inventariadas, das históricas – como as palmeiras no Passeio Alegre, os tulipeiros da Casa Tait, as magnólias do Jardim de São Lázaro e Praça 9 de Abril, a gingko biloba do Passeio da Virtudes, os metrosideros na Avenida Montevideu, entre outras – às mais recentes plantadas, por exemplo, no remate poente do Parque da Cidade, na ampliação do Parque de São Roque ou no Terminal Intermodal de Campanhã (TIC).

Todos os dias, Joana Carvalho e a sua equipa, da Divisão Municipal de Estrutura Verde, andam na rua, de tablet na mão, a verificar o “estado de saúde” do património arbóreo. Mas, hoje, qualquer munícipe pode também consultar informação sobre as árvores à sua porta ou em qualquer parte da cidade, à distância de clique, no Portal de Informação Geográfica do Porto. Está lá tudo: espécie, nome comum e intervalo de idade. “É uma plataforma dinâmica e transparente”, sublinha Joana Carvalho.

“É um trabalho que visa proteger e garantir que o património arbóreo e histórico se mantém em boas condições, que se pode desenvolver e crescer no futuro, para que as árvores de hoje possam vir a ser históricas amanhã”, assegura o vereador do Ambiente e Transição Climática, Filipe Araújo, revelando, ao mesmo tempo, que este é um serviço pioneiro no país.

“Ficamos a saber, todos os anos, de maneira mais pormenorizada, as podas a realizar e as árvores que precisam de ser monitorizadas, facilitando uma gestão do património arbóreo, quando se fala tanto das adaptações às alterações climáticas”, acrescenta.

Transição digital ao serviço do ambiente

A plataforma é também “um excelente exemplo”, de acordo com Filipe Araújo, de como “o digital veio ajudar na manutenção de um elemento estruturante da cidade, como são as árvores. Este serviço traduz-se numa maior eficiência e transparência do trabalho de todos”.

A manutenção e gestão do arvoredo é feita ao longo de todo o ano, com diferentes tarefas: inventariação, podas, controlo de pragas e doenças. Só neste caso, e de acordo com Joana Carvalho, são tratadas cerca de duas mil árvores por ano. Por outro lado, são podadas cerca de seis mil por ano e, desde novembro de 2021, já foram plantadas mais de 2600 novas árvores.

“Temos vindo a fazer um trabalho enorme de reflorestação, inclusive no setor privado com o programa ‘Se tem um jardim temos uma árvore para si’, onde disponibilizamos milhares de árvores”, frisa Filipe Araújo.

“Gostamos de todas as árvores. O nosso objetivo é sempre mantê-las e aumentar o seu número”, acrescenta Joana Carvalho.

O Porto aspira a ser uma cidade verde e as preocupações estratégicas ao nível do planeamento dos espaços verdes da cidade passam, presentemente, por garantir a ligação entre os novos espaços e a recuperação dos existentes através de corredores verdes - o designado continuum naturale – e ainda pela criação de jardins de proximidade, situados junto aos locais de trabalho e das residências das pessoas. Atualmente, existem 22 mil metros de espaços verdes por habitante. Usufruir dos espaços verdes comuns é um direito. Cuidar deles é também uma responsabilidade de todos.