Economia

Investimento na cidade comprovou mercado imobiliário dinâmico e resiliente em 2023

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Uma região dinâmica e uma cidade resiliente, que continua a saber atrair investimento direto estrangeiro (IDE) e a conseguir aproveitar outras crises como oportunidades, são algumas das conclusões que se podem tirar da análise do mercado imobiliário em 2023, apresentadas, na tarde de quinta-feira, na Porto Business School. E o vereador da Economia, Emprego e Empreendedorismo olha para este ano com "perspetivas muito positivas" desde que "deixem as coisas funcionarem".

Considerando normal a redução do IDE, Ricardo Valente lembra, no entanto, que o só o Porto representou metade – 483 milhões de euros – do investimento na Área Metropolitana. Além disso, "é importante perceber que a Europa teve quedas que são o dobro". Portanto, sublinha o vereador, "o Porto compara bem e eu acho que a tendência é para continuar".

Isto porque, afirma Ricardo Valente, as perspetivas para o primeiro trimestre de 2024 já são melhores do que o período homólogo e a cidade está a saber aproveitar a crise em países como a Alemanha, que "está a fazer com que grande parte das empresas tenham que reposicionar os centros empresariais para localizações que são capazes de responder às necessidades do ponto de vista do talento".

O vereador, que falava numa mesa redonda ao lado do diretor-geral da Geo Investimentos, Carlos Gois, do arquiteto da Morais Soares Arquitetos, Duarte Morais Soares, e do gestor da Mercan Properties, Miguel Gomes, considera a permanente chegada de grandes empresas para se instalarem na cidade, aportando "uma maior qualificação dos negócios" são "sinais muito relevantes".

"Estamos a receber já não apenas na lógica do share service, mas centros corporativos, centros tecnológicos e, em alguns casos, centros de investigação. E isso é muitíssimo importante", reforça Ricardo Valente.

E acrescenta: "as perspetivas são positivas, esperemos que o país não estrague as dinâmicas, deixem as coisas funcionar, não atrapalhem". Em matéria de apoio, o painel não deixou de mencionar o importante acompanhamento que vem sendo assegurado pela InvestPorto.

11% do investimento global foi no Porto

Relativamente ao investimento imobiliário no setor da habitação, o vereador afirmou que a complexidade do tema estará relacionada com "um mercado com muita dificuldade de se ajustar às dinâmicas e à tripla alteração do mundo: demográfica, social e económica".

"A habitação não é um problema, é uma consequência", afirma, apelando à "estabilidade da política fiscal", assim como a "políticas de planeamento de território" e a uma mudança no "mindset" para que "daqui a 40 anos não voltemos a ter estes mesmos problemas".

Em traços gerais, o estudo Market 360º, apresentado pela promotora imobiliária JLL, refere que 11% dos 1,7 mil milhões de euros investidos em Portugal tiveram como destino o Porto, com a procura por edifícios de escritórios a manter-se em linha com anos anteriores.

No setor do retalho, os números mostram uma "trajetória de consolidação devido à recuperação do turismo, à renovação de ativos existentes e ao aparecimento de novos projetos". "Esta consolidação cria uma atmosfera única e cosmopolita que realça a experiência de compra, impulsiona a economia local e solidifica a posição do Porto como uma cidade vibrante e próspera", destaca a JLL.

No final, ficou entre os presentes a realidade de um cenário onde o Porto deixou, há algum tempo, de ser a "segunda cidade do país" e passou a ser uma aposta entre as maiores cidades europeias.