Urbanismo

Investimento estrangeiro em hotel na Lapa contempla cedência de terrenos para parque urbano

  • Cláudia Brandão

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Os canadianos do Grupo Mercan já estão a trabalhar no bairro histórico da Lapa desde janeiro, mas o investimento de 56 milhões de euros num hotel mereceu uma ação simbólica de lançamento da “primeira pedra”. O projeto vai ceder 17.700 metros quadrados à cidade para construção de um parque urbano e infraestruturas públicas.

Para o vice-presidente da Câmara do Porto, “importa destacar a importância deste investimento per si, um investimento imobiliário, dinamizador da economia e feito na nossa cidade”. “A dinâmica do setor privado é fundamental para que possamos proceder a uma retoma económica que seja positiva para a cidade e para os portuenses, alavancando a economia”, afirmou Filipe Araújo, que marcou presença na cerimónia, na tarde de quarta-feira, 19 de maio, assim como o vereador com o pelouro do Urbanismo, Pedro Baganha.

No mesmo sentido, o vice-presidente do Grupo Mercan, Jordi Vilanova, afirma que os projetos do grupo conjugam "o investimento estrangeiro, com a criação de emprego, o estímulo do turismo e o desenvolvimento local e nacional", sendo que está prevista a criação de 140 postos de trabalho diretos.

O Renaissance Park Hotel vai ocupar uma área de cerca de 14 mil metros quadrados, e disponibilizar 163 quartos, piscina panorâmica exterior no último andar com bar e esplanada, restaurante com 250 lugares e um centro de congressos com capacidade até 600 utilizadores. A obra deverá estar concluída no verão do próximo ano.

A aquisição, por parte de 160 investidores internacionais, de quase 23 mil metros quadrados de um terreno junto à Igreja da Lapa incluiu a cedência de 17.700 metros quadrados à autarquia, num espaço onde vai nascer um parque urbano, parte de um projeto municipal que inclui novas frentes urbanas, sobretudo áreas residenciais, a reformulação do acesso à estação de metro da Lapa e a colmatação da rede viária existente com a criação de novos arruamentos.

Para o vice-presidente da Câmara do Porto, este é um “contributo inestimável para a resiliência da cidade e para a sua adaptação às alterações climáticas, aumentando a sua área verde, incrementando os seus espaços azuis à superfície, ficando tratadas e recuperadas, o que presta diversos serviços ecossistémicos de elevada importância e contribui, também, para o aumento da biodiversidade no espaço urbano”.

O facto de o novo edifício ter certificação LEED Gold, de excelente desempenho energético e ambiental é, também, uma mais-valia, indo de encontro ao “que temos vindo a trabalhar nos edifícios municipais e que temos em linha de conta nos novos edifícios e nos que estamos a recuperar”, lembrou Filipe Araújo.

O novo parque urbano da Lapa faz parte da estratégia municipal para o aumento das áreas verdes, inserida no futuro Plano Diretor Municipal, que será debatido em reunião de Executivo na próxima segunda-feira, 24 de maio.