Ambiente

Investimento de 1,4 milhões de euros no Parque de São Roque aumenta espaço verde em Campanhã

  • Paulo Alexandre Neves

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Trilhando os caminhos da estratégia municipal para o aumento das zonas verdes na cidade, a Câmara do Porto investiu mais de 1,4 milhões de euros na extensão e obras de beneficiação do Parque de São Roque, em Campanhã. O espaço verde ganhou mais 1,2 hectares de extensão, os caminhos foram recuperados, os espaços de descanso intervencionados, os mirantes reabilitados e o icónico labirinto preservado. Acompanhado pelo vereador do Ambiente e Transição Climática, Filipe Araújo, e da equipa de vereação, o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, visitou hoje o local.

“Esta foi uma oportunidade, por um lado, para ampliar o parque e criar uma zona plana [na parte superior] e, por outro, reabilitar todo o espaço, ou seja, tratamento das árvores, caminhos pedonais, peças arquitetónicas e históricas que aqui existem e que foram totalmente recuperadas, aumentando o espaço de fruição para os visitantes”, declarou Rui Moreira, acrescentando: “Esta é a continuação da nossa intenção em investir na zona oriental da cidade, mais especificamente em Campanhã”.

Aos quatro hectares já existentes somaram-se mais de 1,2 hectares a entrar em zona de mata, previamente inacessível aos visitantes, que fazem agora parte dos 5,2 hectares de área circulável do parque, passando a gozar de novos miradouros com vistas privilegiadas sobre o rio Douro, novidade decorrente da extensão realizada. Esta intervenção previu também a progressiva substituição dos eucaliptos por espécies autóctones e a reabilitação de todos os caminhos internos. Para além das 1020 já existentes, foram plantadas mais 210 árvores, perfazendo um total de 1230.

As obras de beneficiação deste espaço verde contemplaram, igualmente, a substituição de pavimentos, o reforço da iluminação com novos equipamentos e colocação de lâmpadas LED, a substituição e relocalização do mobiliário urbano e a requalificação das principais redes (abastecimento de água, drenagem de águas residuais e pluviais, e distribuição de energia elétrica) e a recuperação da casa dos jardineiros, com todas as condições de conforto e salubridade. As intervenções traduziram-se num investimento da autarquia que ultrapassou os 1,4 milhões de euros.

Próxima edição da exposição das camélias poderá ser em pleno parque

Mas o Parque de São Roque é mais que um espaço verde. Estas obras permitiram também, segundo Rui Moreira, “uma maior transparência com a Casa São Roque, hoje já um importante polo, em termos culturais. Atualmente, cerca de 30% dos seus visitantes vem de fora do Porto, consolidando os hábitos de um corredor cultural que pretendemos que exista com o futuro espaço a criar no Matadouro”.

A Casa São Roque e o parque infantil são dois dos espaços do parque mais visitados. O presidente da Câmara do Porto, que aproveitou para visitar a exposição “Warhol, pessoas e coisas”, patente na Casa São Roque até dia 31 de janeiro de 2023, anunciou também que o parque poderá vir a receber, já no próximo ano, a exposição das camélias. “Este sítio tem uma coleção de camélias absolutamente incrível, pelo que é apropriado para a exposição”, adiantou.

Estratégia Municipal para o aumento de áreas verdes na cidade

A beneficiação e extensão do Parque de São Roque enquadra-se na estratégia municipal de adaptação às alterações climáticas que prevê um aumento de áreas verdes na cidade. Também o Plano Diretor Municipal (PDM), recentemente aprovado, estabelece como objetivo primordial a valorização da estrutura ecológica e da expansão das áreas verdes, tendo em vista o aumento da resiliência da cidade.

O Porto tem, atualmente, em curso uma ambiciosa estratégia de expansão de espaços verdes, que visa duplicar a brevíssimo prazo a área verde disponível para cada habitante, ambição que encontra expressão no PDM e na correspondente proposta de Estrutura Ecológica Municipal. A cidade pretende continuar a desenhar-se de verde, não numa perspetiva estritamente paisagística ou ornamental, mas cada vez mais orientada por critérios e preocupações transversais, cujo desenho concorra para minimizar os efeitos das alterações climáticas.

Os investimentos nas zonas verdes vão continuar, tal como, hoje, garantiu o presidente da Câmara do Porto. Assim, e para além do Terminal Intermodal de Campanhã, recentemente inaugurado, criação do Parque Central da Asprela, reabilitação do Rio Tinto e expansão do Parque Oriental, remate a poente do Parque da Cidade, está prevista a construção do futuro Parque da Alameda de Cartes, localizado na interface dos bairros do Falcão, do Cerco e do Lagarteiro e com ligação ao Parque Oriental, criação do Parque Urbano da Lapa, com quatro hectares, e do Parque da Ervilha.