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Investigadores provam efeitos benéficos da cerveja

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João Queirós

Está desfeito o mito: beber cerveja faz bem aos intestinos e não engorda. A conclusão é de um estudo do CINTESIS (Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde) e da Nova Medical School – Faculdade de Ciências Médicas, e publicado no Journal of Agricultural and Food Chemistry.

A equipa, liderada pelas investigadoras Ana Faria e Conceição Calhau, do CINTESIS, conclui que o consumo de cerveja contribui para a melhoria da composição da microbiota intestinal, fator que tem sido associado à prevenção de doenças crónicas, tais como a obesidade, a diabetes e as doenças cardiovasculares.

Para o estudo foram recrutados homens saudáveis, entre os 23 e os 58 anos de idade, que participaram num ensaio clínico que consistia em beber, diariamente, 330 mililitros (ml) de cerveja, com álcool ou sem álcool, ao longo de quatro semanas.

Os resultados indicam que o consumo desta bebida, que resulta da fermentação de cereais, aumenta a diversidade da microbiota intestinal, sem aumentar o peso e a massa gorda, para além de não interferir, significativamente, em biomarcadores cardiometabólicos como a glicose, o colesterol e os triglicerídeos. Curiosamente, a fosfatase alcalina, um importante biomarcador de danos no fígado, rins e ossos, diminuiu no decurso do ensaio.

De acordo com o comunicado do CINTESIS, o benefício da cerveja na saúde intestinal "provou ser independente do teor alcoólico", ou seja, ocorre quer a cerveja tenha álcool ou não, podendo estar ligado com os polifenóis presentes na bebida, à semelhança do que acontece com o vinho tinto.

Além de Ana Faria e Conceição Calhau, este estudo tem como autores outros investigadores do CINTESIS, nomeadamente Cláudia Marques, Liliana Dinis, Inês Barreiros Mota, Juliana Morais, Shámila Ismael, André Rosário, Diogo Pestana e Diana Teixeira.