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Investigadores do Porto criam tecnologia que ajuda a detetar cancro do pulmão

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A inovadora tecnologia, designada LNDetector, auxilia os médicos a identificar, caracterizar e classificar nódulos pulmonares. Foi criada por investigadores do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC) e do Centro Hospitalar Universitário de São João.

No atual panorama clínico, para o diagnóstico de cancro do pulmão "são necessários rastreios onde são utilizadas tomografias computorizadas (TAC) que têm entre 300 a 500 imagens. Através dessas imagens, os médicos caracterizam os nódulos, que por vezes são muito pequenos e difíceis de encontrar", explicou à Lusa António Cunha, da equipa de investigadores do INESC TEC.

Trata-se, portanto, de um diagnóstico moroso e minucioso e é precisamente neste campo que o LNDetector pretende atuar, auxiliando o médico no processo de diagnóstico ainda numa fase precoce, recorrendo à inteligência artificial e a algoritmos.

"Com base numa grande quantidade de tomografias anotadas pelos médicos, a tecnologia consegue detetar os nódulos, caraterizar quais são e, por fim, classificar se o nódulo é maligno ou benigno", detalhou o também docente na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), adiantando que o sistema "vem aliviar e reduzir alguma responsabilidade do médico".

De todo o modo, "quem faz o diagnóstico é sempre o médico, sendo que esta ferramenta é de apoio à decisão, como que, uma ferramenta de segunda opinião", esclarece o investigador.

A tecnologia está em fase de testes e o feedback já obtido por parte dos radiologistas no Hospital São João "foi muito bom". O LNDetector tem ainda uma funcionalidade acrescida que permitir fazer o acompanhamento do paciente.

O projeto foi financiado em 168 mil euros pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT).