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Investigadores do ICBAS e IPO-Porto descobrem método inovador para diagnosticar cancro renal

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Filipa Brito

O estudo foi publicado na revista “Cancers”, permitindo o diagnóstico precoce de carcinoma de células renais.

José Pedro Sequeira, estudante, Carmen Jerónimo, docente e investigadora, ambos do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) da Universidade do Porto, e Rui Henrique, investigador do Instituto Português de Oncologia do Porto Francisco Gentil (IPO-Porto), são os principais responsáveis pela descoberta.

A equipa identificou biomarcadores em plasma que podem permitir o diagnóstico precoce de carcinoma de células renais, a forma mais comum de cancro do rim. Uma descoberta que aumenta, significativamente, as probabilidades de os doentes receberem um tratamento curativo no tempo adequado. O cancro renal é um dos 20 cancros mais comuns e dos mais letais, uma vez que entre 20% a 30% dos doentes já apresentam metástases no momento do diagnóstico.

O trabalho, desenvolvido durante dois anos, incluiu 124 amostras de doentes com carcinoma de células renais e permitiu a identificação de tumores em estádio localizado (confinado ao órgão) com uma sensibilidade de quase 90%, o que poderia reduzir os falsos negativos, permitindo avançar com um tratamento (cirurgia) de índole curativa. Foi possível, também, identificar os doentes com o subtipo de carcinoma renal mais comum e um dos mais agressivos, o “carcinoma de células claras”, nos quais uma deteção precoce é de grande importância.

Para José Pedro Sequeira, primeiro autor do trabalho e mestre em Oncologia pelo ICBAS, “os resultados obtidos têm um grande potencial para serem aplicados na clínica”, acrescentando, ao portal Notícias U.Porto, que “agora será necessário completar o estudo com mais amostras, com a sua realização em vários centros hospitalares e com populações diferentes para, posteriormente, se poder avançar com a utilização desta técnica para deteção precoce da doença”.

Idêntica opinião é transmitida por Carmen Jerónimo, docente do ICBAS, diretora do Centro de Investigação do IPO-Porto e uma das principais responsáveis pela descoberta: “Este é um estudo de translação, que poderá permitir a deteção de tumores renais numa fase muito inicial de desenvolvimento, aumentando a probabilidade de cura dos doentes e a sua esperança e qualidade de vida”.