Sociedade

Investigadora do i3S Raquel Seruca morreu aos 59 anos

  • Paulo Alexandre Neves

  • Notícia

    Notícia

Egidio_Santos_raquel_seruca.JPG

Egidio Santos

Faleceu hoje, de doença prolongada, a investigadora do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto (i3S) e professora da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP), Raquel Seruca. De acordo com o site da U.Porto, era reconhecida internacionalmente pelo seu trabalho no campo da genética do cancro gástrico e uma das grandes impulsionadores do Ipatimup/i3S.

Raquel Seruca nasceu no Porto a 7 de junho de 1962. Licenciou-se em Medicina pela FMUP e foi bolseira de investigação no Departamento de Genética Humana da Universidade de Groningen, Holanda. “O Porto é uma cidade romântica e tem encantos muito particulares”, referiu, em entrevista à Revista Viva!, em junho de 2009.

Em 2014, o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, agraciou-a com a Medalha de Ouro de Mérito Científico.

Dedicou toda a vida académica ao estudo do cancro gástrico, sendo uma referência mundial nesta área. Manuel Sobrinho Simões referia-se a Raquel Seruca como uma “força da natureza”. Ambos elevaram o Ipatimup a um dos principais centros de investigação europeus na área do cancro. Para além de coordenar o Grupo de Genética do Cancro, Raquel Seruca foi ainda provedora e vice-presidente do Instituto, cargo que desempenhava até à atualidade.

Líder do grupo «Epithelial Interactions in Cancer» do i3S, autora de mais de 260 artigos publicados nas mais prestigiadas revistas científicas, como o Journal of New England, a Lancet Oncology ou a Human Molecular Genetics, Raquel Seruca era reconhecida internacionalmente no campo da genética do cancro gástrico e considerada uma especialista mundial em invasão das células cancerígenas, nomeadamente no cancro gástrico e no cancro do cólon.

Para além de ter sido galardoada diversas vezes pela Sociedade Portuguesa de Genética Humana, Raquel Seruca conquistou o prémio Benjamin Castelman Award USCAP, em 2001 e em 2012, o Prémio Labmed em 2002 e 2003, e recebeu a insígnia de Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique, em 2009.

Em 2015, a sua equipa recebeu um prémio – reforçado em 2019 e 2021 – da ‘No Stomach For Cancer’, uma associação norte-americana que apoia famílias com cancro gástrico e à qual Raquel Seruca estava ligada enquanto membro do Conselho Científico Consultivo. Mais recentemente, foi distinguida com o Prémio Activa Mulheres Inspiradoras de Ciência 2021 pelo trabalho de coordenação da candidatura do i3S, no âmbito do consórcio Porto Comprehensive Cancer Centre (P.CCC), aos fundos do Norte 2020.

De acordo com o site da U.Porto, o velório realiza-se esta segunda-feira, da parte da tarde, na Igreja de Cedofeita (Porto). O funeral terá lugar esta terça-feira, às 15 horas, na mesma igreja.