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Instituições portuenses impulsionam criação de grande laboratório de investigação clínica

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Filipa Brito

Chama-se RISE – Rede de Investigação em Saúde e nasce com o objetivo de promover investigação médica com elevada aplicabilidade na clínica e na comunidade. O laboratório que une escolas médicas, unidades hospitalares e centros de investigação é pioneiro no país e vai abranger um universo de mais de 220 investigadores doutorados e 120 estudantes de doutoramento do Porto e Lisboa.

Para o coordenador do RISE, Fernando Schmitt, investigador da Faculdade de Medicina da U.Porto (FMUP), o que se pretende é “criar e desenvolver um ambiente focado na investigação em equipa, onde as descobertas serão rápida e eficientemente implementadas para melhorar a saúde humana”. E, assim, “ser o principal protagonista e catalisador na mudança do panorama da investigação clínica, translacional e comunitária em Portugal”.

As linhas de investigação do laboratório associado serão as Ciências Cardiovasculares, a Oncologia, as Doenças Inflamatórias e Degenerativas, as Políticas de Saúde, a Tecnologia e Transformação Digital, a Saúde Comunitária e os Desafios Societais.

Além de médicos, enfermeiros e outros profissionais de saúde, o RISE vai integrar a colaboração de pessoal na área da Biologia, Economia, Bioestatística, Informática e Ciência de dados, “o que contribuirá para aproximar as prioridades de investigação às necessidades diariamente identificadas no contacto com os doentes”, acrescenta a FMUP em comunicado.

Fernando Schmitt acredita que esta é “a combinação perfeita de conhecimento científico e inovação produzida em unidades de investigação e universidades com a vida quotidiana concreta dos doentes, instituições de saúde, decisores e empresas”.

À FMUP juntam-se o Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde (CINTESIS), a Unidade de Investigação e Desenvolvimento Cardiovascular (UnIC), o Centro de Investigação do Instituto Português de Oncologia do Porto (CI-IPOP), e também o Centro Cardiovascular da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa (CCUL) e investigadores da Escola Superior de Enfermagem do Porto, da NOVA Medical School e da Universidade de Aveiro.

O diretor da FMUP, Altamiro da Costa Pereira, acredita que “a criação deste laboratório vem colmatar uma falha há muito sentida na investigação em saúde no nosso país, pois irá permitir uma melhor articulação entre a academia, hospitais e centros de saúde, visando colocar os resultados da investigação clínica e de translação ao serviço dos doentes e da sociedade em geral”.

“Acresce que o modelo organizativo preconizado é bastante inovador, pois o RISE será gerido de uma forma descentralizada e em rede, permitindo assim uma maior eficiência na gestão dos recursos disponíveis e facilitando a realização de estudos multicêntricos e multidisciplinares”, acrescenta.