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Instalação da Agência do Medicamento no Porto não terá custos para Portugal

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O presidente da Câmara do Porto garantiu hoje que
a instalação da Agência Europeia do Medicamento (EMA) no Porto, se a cidade for
escolhida, "não vai ter custos para Portugal. Isto não é o Euro do futebol. Não
vamos construir estádios para receber a EMA", disse Rui Moreira durante a
apresentação, em Lisboa, da candidatura do país à relocalização desta agência.


A EMA terá de deixar o Reino Unido em março de 2019, no
âmbito do processo Brexit, sendo 19 os estados da União Europeia
candidatos à relocalização do organismo.


Na cerimónia de apresentação da candidatura nacional, o
ministro dos Negócios Estrangeiros mostrou-se consciente das dificuldades deste
processo. Augusto Santos Silva optou por sublinhar os aspetos positivos: "O
Porto cumpre todos os requisitos" para esta candidatura, disse, frisando ainda
que é "Portugal inteiro" que se está a candidatar.


Rui Moreira reconheceu que uma candidatura como esta não
seria possível há 10 ou 12 anos, pois não contava com os recursos atuais.

Já Ricardo
Valente, vereador do Município, apresentou alguns pormenores da candidatura,
como os três locais com capacidades para acolher a EMA: Palácio Atlântico,
Palácio dos Correios e edifícios a construir na Avenida Camilo.


Entre as várias garantias que as candidaturas tiveram de
apresentar constam os lugares em escolas internacionais, uma vez que existem
640 filhos dos quadros da agência que estão em idade escolar, dos quais 90%
pré-universitários.


A capacidade hoteleira, a proximidade com o aeroporto e a
rede de transportes públicos, além de questões como a segurança e a saúde,
foram igualmente consideradas.


Rui Moreira acredita que, na altura de analisar as
propostas, o preço das cidades será levado em conta. "O Porto é bastante mais
barato do que Milão, que é um fortíssimo candidato", disse.


Para o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, a
instalação da EMA em Portugal traria novas oportunidades para os investigadores
e peritos nacionais na área farmacológica, além de outros benefícios. Um número
considerável poderia, designadamente, integrar a EMA, uma vez que 20% dos atuais
funcionários já manifestaram a intenção de não sair do Reino Unido, como
recordou Rui Pereira.


O dossiê oficial de candidatura junto das instituições
europeias, propondo a cidade do Porto como futura sede da organização, foi
entregue na segunda-feira.


O processo entra agora na fase da diplomacia, como
afirmou Santos Silva. "O Ministério dos Negócios Estrangeiros tem doravante a
responsabilidade de conduzir este processo", disse o ministro, recordando que
em novembro será conhecida a cidade que acolherá a EMA.