Economia

Índia procura o Porto para estreitar laços económicos

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Portugal e Índia têm uma relação histórica a que importa dar futuro, mediante o desenvolvimento de parcerias mutuamente compensadoras. Neste contexto, o Palácio da Bolsa foi hoje palco do India Business Event, iniciativa com que se pretendeu identificar oportunidades de negócio e estimular o investimento entre a maior democracia do mundo, sobretudo os estados de Rajasthan e Madhya Pradesh, e o Porto. 

Tendo como presença especial Shri Rajendra Shukla, ministro do Comércio, Indústria e Emprego de Madhya Pradesh, o segundo maior estado indiano, o encontro contou com a intervenção do presidente da Câmara do Porto. Rui Moreira começou por elogiar a Índia - "um país extraordinário" pela aposta na Educação e pelo incremento de setores como a alta tecnologia, engenharia, ciência ou comércio - e o seu exemplo mundial como economia aberta.

Sobre o Porto, fez notar que a cidade é hoje "uma plataforma para o desenvolvimento de negócios", estimulando "novas parcerias internacionais". Foi nesta nova realidade, inscrita numa região que se mantém como "motor de Portugal", que se focou, frisando que "também a nossa economia é extremamente aberta".

"Damos as boas-vindas não só aos investidores, mas também a quem quer estabelecer relações comerciais connosco. Há aqui um enorme potencial", realçou Rui Moreira a uma plateia de empresários indianos e portuenses. Dirigindo-se em particular aos elementos presentes da comunidade indiana no Porto, foi bem claro: "são portuenses" com "grande impacto na cidade".

Uma vontade comum: criar sinergias

Promovido pela Embaixada da Índia em Portugal, este evento reflete o mútuo desejo em criar novas relações bilaterais com foco no negócio. E pese embora a distância geográfica, há muito em comum que convida a renovar uma relação antiga. Foi esta a mensagem que quis deixar no encontro a embaixadora da Índia. Segundo Nandini Singla, "ambos os países olham com confiança para um futuro promissor" e "têm hoje em dia prioridades muito similares".

Atrair investimento, criar emprego qualificado, investir na inovação, na ciência e na tecnologia, fomentar o empreendedorismo e, com tudo, "dar maior qualidade de vida à população" são, para a diplomata, realidades comuns. Não é por acaso que a Índia "decidiu estabelecer em Portugal a rampa de lançamento para as suas startups" na Europa.

"Mas podemos fazer mais, o potencial é enorme" - considerou Nandini Singla, explicando que o seu país está aberto "não só aos grandes investidores e grandes homens de negócio"; a Índia "precisa de toda a gente"´. Comércio e indústria, serviços de consultoria, participação na "supply chain", partilha de boas práticas e de know-how ou transferência de tecnologia são algumas das "oportunidades imensas" expostas pela embaixadora, que vê este encontro no Porto não tanto como um ato de atração de investimento, mas sim de "criação de parcerias".

Nestes termos, o ministro Shri Rajendra Shukla convidou os empresários portuenses a visitarem o seu Estado: "Visitem-nos. Vim aqui para vos assegurar o compromisso do nosso governo em apoiar os vossos investimentos".

O governante indiano deixou antes um rasgado elogio ao Porto. "Já estive em muitos países, muitos lugares, e posso ver que o Porto é uma das cidades mais bonitas do mundo. Percebo o muito trabalho que deve ter sido feito para tornar a cidade tão atrativa", afirmou.