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Inauguração do Super Bock Arena - Pavilhão Rosa Mota é marco histórico na cidade

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"Hoje é um dia muito feliz para a cidade". Foi com estas palavras que Rui Moreira encerrou a sua intervenção na cerimónia de inauguração do Super Bock Arena - Pavilhão Rosa Mota, que decorreu na tarde desta segunda-feira, num auditório com capacidade para 500 pessoas, onde "antes não havia nada, só pedra". A cidade passa finalmente a ter a sala de espetáculos que merece para grandes eventos, com capacidade para 8.000 pessoas, e com condições acústicas de excelência. O investimento não custou um cêntimo à Câmara do Porto, foi feito por privados, que resolveram um problema que há muito os portuenses não conseguiam resolver: a requalificação de um equipamento nobre da cidade, abandonado durante décadas pelo poder político. 

"O que antes havia era um pavilhão totalmente degradado, que fazia vergonha à cidade, sem condições de segurança, uso e salubridade", afirmou o presidente da Câmara do Porto, perante um auditório repleto de personalidades dos mais diversos quadrantes da cidade e forças vivas da Região Norte.

Sem esconder que este foi um dos problemas de muito difícil resolução, quando em 2013 tomou posse como presidente da Câmara, Rui Moreira recordou que "rapidamente se percebeu que se fizéssemos as coisas bem feitas, poderia 'casar-se' o público e privado". Sem onerar as contas públicas, avançou-se para um concurso público internacional para encontrar um investidor privado que assegurasse a urgente requalificação do Pavilhão Rosa Mota e que, programasse, toda a sua atividade, nos próximos 20 anos, período da concessão.

O interesse foi tanto que o "concurso demorou mais tempo" do que o expectável. Ainda assim, tudo se resolveu "e quem tinha de ganhar, ganhou", considerou o autarca, lembrando que nestes últimos anos, o equipamento também beneficiou do forte investimento que o Município fez nos jardins do Palácio de Cristal, na organização da Feira do Livro, associada a uma centralidade que será ainda mais evidente, com a obras das ligações mecanizadas e com a construção da nova linha de metro.

"Resolveu-se um problema que parecia não ter solução. Que afligia e indignava os portuenses. É essa a minha satisfação, porque é incomensurável o interesse público deste importante equipamento", declarou Rui Moreira que não escondeu "a tristeza" por saber que a atleta Rosa Mota não estaria presente na inauguração.

"Uma coisa é certa: vejo escrito Pavilhão Rosa Mota lá fora e aqui dentro também", constatou o autarca. "O que eu sei é que as pessoas que gostam do 'Rosa Mota', gostam que este pavilhão esteja reabilitado. E por favor não me venham com complexos por haver um nome de um grupo que está associado a bebidas alcoólicas. Sabem porquê? Porque quando a cidade do Porto não era conhecida pelo FC Porto, pela sua cultura, pelos seus músicos, pela sua irreverência, a cidade do Porto já era associada a um vinho, chamado Vinho do Porto", continuou.

"Este é um dia muito feliz para a cidade. Quem não gosta, pode ficar a chorar. E pode continuar a pensar que se calhar era melhor isto continuar vazio, continuar a cair e nós nos queixarmos. Hoje não é dia de queixas. É dia para estarmos todos muito satisfeitos", concluiu o presidente da Câmara do Porto.

Devolução do equipamento à cidade deixa para atrás anos de degradação e abandono

Do consórcio Círculo de Cristal, Filipe Azevedo, representante pela Lucios, destacou ser este "um exemplo de sucesso" de uma PPP - parceria público privada e agradeceu "a coragem e o bom senso" de Rui Moreira, enquanto representante da cidade, "na génese e ao longo de todo o processo". O administrador da Lucios fez ainda menção à "fantástica reabilitação" conduzida por um grupo de brilhantes arquitetos e engenheiros, que conseguiram dotar o equipamento de "características únicas" a nível nacional.

"É uma enorme honra e orgulho devolver este emblemático equipamento à cidade, que estava esquecido, menosprezado e abandonado e poder torná-lo uma referência no âmbito cultural desportivo e empresarial", sintetizou.

Já Jorge Silva, pela PEV Entertainment, disse que registou "muito positivamente, na pessoa de Rui Moreira, a mobilização da sociedade civil" para a recuperação do Pavilhão Rosa Mota. "Não é sinal de grande inteligência valorizar, sem nada fazer pela requalificação. Parabéns por o ter feito", declarou.

Agora, espera que "todas as forças vivas" acolham o espaço recuperado, "que terá de evoluir ao ritmo da cidade e assumir-se como sala de visitas do Porto moderno", assinalando ainda que "a partir de hoje, [os portuenses] já não estarão obrigados a grandes deslocações para grandes eventos", porque têm uma sala de espetáculos apetrechada com as melhores tecnologias. Recordando uma afirmação do músico portuense Rui Reininho, partilhou o seu desejo para o futuro do equipamento: "O Super Bock Arena - Pavilhão Rosa Mota tem de se assumir como a nossa nave especial".

Por seu turno, Manuel Violas, presidente do Conselho de Administração do Super Bock Group, afirmou que o Super Bock Arena - Pavilhão Rosa Mota "significa um novo marco na ligação à cidade, onde nos movemos desde sempre e temos um papel muito ativo". E partilhou ainda uma curiosidade, certamente desconhecida da maioria dos presentes, quando disse que a história da marca está intrinsecamente ligada à história do espaço, porque foi depois de ter "arrecado o prémio da Grande Exposição Colonial", em 1927, que a Super Bock, empresa da cidade, registou a sua marca.

Ana Pinho, Sobrinho Simões, Luís Portela, Rui Veloso, Rui Reininho, Nuno Baltazar, Cristiano Pereira foram as personalidades que, em vídeo, deram os parabéns por esta requalificação, e muitas outras se juntaram, ao vivo, nesta inauguração, como Pedro Abrunhosa, Hélder Pacheco ou D. Américo Aguiar, bispo auxiliar de Lisboa, entre outros.

O concerto de abertura do Super Bock Arena - Pavilhão Rosa Mota fica a cargo dos Ornatos Violeta, nesta quinta-feira, dia 31, às 22 horas (com uma segunda data na sexta-feira, 1 de novembro, à mesma hora).