Proteção Civil

Inauguração da nova esquadra de Cedofeita devolve à população local sentimento de segurança

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Quase sete anos após o encerramento da antiga esquadra de Cedofeita, decorreu esta manhã a inauguração das novas instalações policiais na mesma zona da cidade, passo fundamental para devolver o sentimento de segurança à população local. A superesquadra está instalada num edifício que pertence à União de Freguesias do Centro Histórico do Porto e, após obras de remodelação e adaptação, reúne todas as condições para acolher o efetivo policial, viaturas e equipamentos, dispondo ainda de uma localização privilegiada e de boas acessibilidades. Em 2013, Rui Moreira tinha identificado este como o melhor local para a PSP manter o vínculo de proximidade a Cedofeita, num processo que depois seguiu o seu curso, com as negociações entre o Ministério da Administração Interna (MAI) e a Junta de Freguesia, e a Câmara do Porto a intervir como facilitadora.

Localizado no n.º 16 da Praça de Pedro Nunes, o edifício que acolhe a nova esquadra de Cedofeita foi projetado em 1934 por Júlio de Brito, um dos grandes arquitetos e engenheiros da cidade do Porto da primeira metade do século XX, autor também da construção do Teatro Rivoli, entre outras obras de relevo.

Na cerimónia oficial de inauguração, que decorreu nesta terça-feira, o presidente da Câmara do Porto recordou um processo que remonta ao verão de 2013, quando a antiga esquadra foi encerrada, por estar em péssimas condições e por ser um edifício que o Ministério da Administração Interna mantinha arrendado a um privado.

"Há quase sete anos, quando ganhámos as eleições à Câmara Municipal do Porto, uma das grandes preocupações na cidade era o anúncio do encerramento da esquadra de Cedofeita", assinalou Rui Moreira. A solução para este problema foi, na verdade, fácil de identificar. Nesse ano, as autárquicas coincidiram com a reorganização administrativa das freguesias e "rapidamente se chegou à conclusão que a Junta poderia dispensar este edifício para aqui ser instalada a esquadra", continuou o autarca, esclarecendo que as conversações foram desencadeadas entre o Município, a PSP e a União de Freguesias, através do seu presidente, António Fonseca.

Para esta escolha convergiram vários fatores: além de ser um edifício público, "com história", tinha outras vantagens: "excelentes acessibilidades, um estacionamento interessante, a dimensão considerada adequada e um 'vizinho' importante, o liceu Rodrigues de Freitas", referiu.

Depois de realizadas obras de remodelação e adaptação às necessidades da PSP, "hoje temos o prazer de ter uma esquadra condigna para esta zona da cidade, e condigna para aquilo que é a visibilidade e o respeito que a população tem pela PSP", sublinhou o autarca.

"Este é o formato de esquadra que interessa ter. Não interessa ter uma profusão de esquadras", declarou o presidente da Câmara, assentando que é essencial garantir a visibilidade das forças policiais nas ruas.

Colaboração do Município com MAI e PSP tem sido "exemplar"

No período da pandemia, o entendimento entre autoridades locais, policiais e população saiu reforçado, afirmou ainda presidente da Câmara do Porto na sua intervenção.

"Estes tempos difíceis de pandemia acho que reforçaram muito os laços existentes entre a população, a PSP, a Polícia Municipal e a GNR. As pessoas perceberam que a presença do Estado também se faz através da proteção e segurança dos cidadãos". E se a população teve "um comportamento exemplar", Rui Moreira considera que em grande parte se deveu "à intervenção pedagógica das forças policiais", nomeadamente PSP e Polícia Municipal, a quem agradeceu o empenho.

O agradecimento estendeu-o ainda ao ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, que nesta crise foi "exemplar", destacou.

No entanto, "ainda muito falta fazer", avisou o presidente da Câmara do Porto, denunciando que "durante a pandemia houve um mercado que não encerrou: o mercado da droga".

Por seu turno, o ministro da Administração Interna sublinhou que "depois de três meses particularmente difíceis" este "é um momento importante para o Porto, para a PSP e MAI", além de corresponder ao marco da primeira cerimónia pública realizada após o período mais crítico. Fazê-lo no Porto simboliza a "reconquista da liberdade" que em tantos períodos históricos a Cidade Invicta encabeçou, completou.

Eduardo Cabrita referiu, por outro lado, que "ontem foi um dia feliz para o Porto e Região", considerando que não houve registo de qualquer novo caso de infeção, e deixou ainda a mensagem de que, durante os últimos meses, "provou-se no Porto e no país que a autoridade do Estado não significa autoritarismo".

Na cidade, entre os cerca de 1.900 efetivos policiais, 76 polícias foram infetados pelo novo coronavírus, o rácio mais alto a nível nacional, mas o ministro considera que a forma como o comando metropolitano lidou com o problema, pôde igualmente dissipá-lo com ligeireza.

O diretor nacional da PSP, o superintendente-chefe Magina da Silva, assinalou que a "abertura de instalações policiais é sempre um momento alto, porque são a casa dos polícias". A dignidade do edifício da nova esquadra de Cedofeita, as condições que oferece, incluindo os "meios de cobertura de rádio", também "são motor de motivação" para os polícias, considerou.

Assinalando que a abertura de uma nova esquadra implica sempre mais meios humanos - pelas suas contas serão menos 12 polícias que não estarão nas ruas - o responsável máximo pela PSP concordou com Rui Moreira ao referir que é muito importante aumentar o policiamento nas ruas para aumentar o sentimento de segurança, e que isso só se consegue através de "uma abordagem racional e lógica do dispositivo nacional e das esquadras".

A Área Metropolitana do Porto dispõe de 44 esquadras para servir cerca de 1,3 milhões de pessoas, o que comparativamente com a região de Madrid (em Espanha), que tem 33 esquadras para cerca de 7,5 milhões de habitantes, apresenta um rácio muito superior, informou o superintendente-chefe que agradeceu ainda a colaboração da Câmara do Porto no patrulhamento das ruas, com a entrega recente de dez novas viaturas.

Na cerimónia, em que também interveio o presidente da União de Freguesias de Cedofeita, Santo Ildefonso, Sé, Miragaia, São Nicolau e Vitória, António Fonseca, que disse ser este "um dia feliz", de um "processo concluído" ao fim de seis anos, participaram ainda o secretário de Estado Adjunto e da Administração Interna, António Luís, o presidente da Assembleia Municipal do Porto, Miguel Pereira Leite, a vereadora da Fiscalização e Proteção Civil, Cristina Pimentel, a comandante do Comando Metropolitano do Porto da PSP, Paula Peneda, o comandante territorial do Porto da GNR, Ludovico Bolas, o comandante da Polícia Municipal do Porto, António Leitão da Silva, entre outros dirigentes.

Após a inauguração, Rui Moreira e Eduardo Cabrita, bem como alguns elementos das suas equipas, almoçaram na Casa do Roseiral, a convite do presidente da Câmara do Porto.