Sociedade

Imponência de uma fragata lembra cidade do Dia da Marinha

  • Paulo Alexandre Neves

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João Fonseca cumpriu o serviço militar na Armada. Logo que soube que o Dia da Marinha seria, este ano, comemorado no Porto resolveu inteirar-se do programa, em especial das possíveis visíveis a navios. Por isso, foi com um misto de alguma emoção e nostalgia que, esta sexta-feira, tirou algum tempo para, pela primeira vez, subir à Fragata D. Francisco de Almeida. Embarcação que também, pela primeira vez, está ancorada no rio Douro, juntamente com outros navios da Marinha: "Sagres" e Lancha de Fiscalização Rio Minho, ambas atracadas, e o Navio Patrulha Oceânico Sines, igualmente ancorado ao largo da Ribeira.

A visita não demorou mais que 20 minutos, mas permitiu a João Fonseca percorrer a fragata de lés-a-lés. Observar toda a imponência da embarcação, que cumpre missões de todo o género: busca e salvamento, dispositivo de segurança naval, ações de combate, entre muitas outras. Desta vez, os mísseis estão guardados, mas há um helicóptero e outros instrumentos de navegação à vista para quem visitar, até este domingo, a embarcação.

"É uma visita de memória, nostalgia, saudade. É muito marcante na minha vida", confessa João Fonseca, residente na Maia. "Podemos estar descansados porque temos bons profissionais na Marinha", acrescenta. E João Fonseca lá foi ver aquilo que conheceu, noutros tempos, enquanto militar da Armada.

"Uma experiência muito interessante"

Há quem também, mesmo em férias pelo Porto, se tivesse aventurado a subir a um semirrígido, que transporta os visitantes do Cais da Alfândega para os dois navios ancorados, e gostado do que tinha acabado de ver. Foi o caso de Laura Caramazana e o seu namorado, ambos espanhóis. Ficaram encantados com todo o cenário do Douro.

"Foi a passear pela Ribeira que soubemos destas visitas. Coincidiu, felizmente, com o Dia da Marinha", diz, assinalando: "Foi uma sorte e uma oportunidade subir a uma fragata militar. Uma experiência muito interessante".

Há 20 anos que Laura não vinha ao Porto. Hoje, reconhece, a cidade está melhor. "Não tem nada a ver com a que conheci há 20 anos. Muito bonita como sempre, mas está mais moderna", confessa.

Já Edgar Ribeiro visitou a Fragata D. Francisco de Almeida mais pela curiosidade de ver, de perto, um navio militar. Cozinheiro num dos barcos de turismo fundeado no Douro, mal saiu do seu trabalho quis também apreciar uma embarcação da Marinha. E tira uma conclusão: "Em Portugal temos uma boa defesa [com a Marinha]".

"A minha guarnição está muito agradada por estar no Porto"

O comandante da fragata não poderia estar mais contente com a adesão dos portuenses, e não só, ao Dia da Marinha, em especial com as visitas aos navios, no caso concreto do "D. Francisco de Almeida". Só no primeiro dia foram mais de 80 os visitantes, com tendência para aumentar até domingo, já que o S. Pedro está a dar uma importante ajuda.

"As expetativas são boas. Temos tido bastantes visitantes para um navio que está fundeado e não atracado. A minha guarnição está muito agradada por estar no Porto", reconhece o comandante André Pereira da Silva.

Normalmente, a guarnição desta fragata é composta por 125 militares, dos quais 16 do sexo feminino. Mas a ocasião é de festa e, por isso, está, por estes dias, com a lotação máxima (160 militares, dos quais 13 em exclusivo para o helicóptero que integra o material do navio). "É uma oportunidade única para ver que tipo de militares temos nas forças armadas", diz, deixando um apelo aos jovens para aderir à Marinha, afinal, "um projeto desafiante". "Temos especialidades díspares, que, depois, trabalham com sentido de comunidade. É o mais interessante no ambiente de um navio", conclui o comandante André Pereira da Silva.

Cerimónia militar na Alfândega

As celebrações do Dia da Marinha continuam com múltiplas atividades, abertas a toda a população. Durante o fim de semana, e para além de visitas aos navios (entre as 10h00 e as 12h00 e entre as 14h00 e as 18h00), haverá batismos de mar, escalada e mergulho, utilização da realidade virtual para comandar um navio, acesso às paredes de escalada, experimentar mergulho numa piscina, visitar tendas com armamento e airsoft, deixar-se fotografar ao lado de viaturas e embarcações que integram o contingente das forças armadas, tudo com a máxima segurança e monitorização dos oficiais, entre outras atrações.

O programa culmina este domingo, dia 21, com todas as atenções voltadas para a cerimónia militar, que, a partir das 12 horas, junta uma formação de cerca de 500 militares para um desfile na Rua Nova da Alfândega (sentido Alfândega-Ribeira), podendo ser visto por toda a população. Na última parte do desfile, que durará cerca de uma hora e meia, está prevista uma demonstração de capacidades junto ao rio Douro. A preceder a cerimónia, a Marinha organiza uma celebração religiosa na Igreja de São Francisco, às 10h30.