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Hospital de São João dá apoio psicológico aos seus doentes e familiares

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Miguel Nogueira

Os doentes infetados pelo novo coronavírus, bem como os seus familiares, estão a ser acompanhados diariamente no Centro Hospitalar Universitário de São João por nove psicólogos com experiência ou formação em situações de crise.

Perceber se as famílias estão em casa acompanhadas e estáveis, saber o que reserva o futuro, sendo este um cenário ainda desconhecido, ou até mesmo preocupações e desabafos relacionados com a culpabilidade de eventuais transmissões da doença são as questões mais abordadas e que apoquentam os doentes infetados que estão a ser acompanhados no CHUSJ, afirmou Eduardo Carqueja, diretor de serviço de psicologia do hospital.

"Querem saber se as pessoas estão estáveis em casa também. A dimensão da família é muito importante. Manifestam dúvida sobre o que lhes vai acontecer. E há doentes que manifestam uma culpabilidade por terem transmitido [o vírus] a familiares e amigos", apontou o clínico, citado pela Lusa. "O que temos transmitido é que a culpa é do vírus. Pode ter existido, eventualmente, alguma irresponsabilidade das pessoas, mas cabe-nos explicar e normalizar. O que está a acontecer é decorrente de uma situação extraordinária e desconhecida", explicou ainda o diretor.

Pelo menos 20 doentes já solicitaram ou autorizaram a intervenção psicológica e a equipa está a trabalhar desde o início da semana passada com nove especialistas, podendo vir a ser concretizado um reforço se assim se justificar.

O apoio psicológico é prestado por telefone para evitar usar recursos que possam vir a ser necessários noutro nível de intervenção, bem como para reduzir o contacto ao estritamente necessário.

O serviço de psicologia do CHUSJ dispõe atualmente de 28 psicólogos e está a trabalhar em conjunto com o serviço de infeciologia do hospital, tendo sido criado um protocolo específico de intervenção psicológica dedicada ao surto de Covid-19.