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Hospital de Campanha Porto. está pronto a abrir e a partir de hoje chegam os primeiros doentes infetados

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São 320 camas distribuídas por dois pisos do Super Bock Arena - Pavilhão Rosa Mota, totalmente apetrechado com todas as condições de conforto, comodidade e segurança para doentes e profissionais de saúde. Há circuitos bem definidos, que separam as "zonas limpas" das "zonas sujas", áreas lounge, espaço de refeições, balneários, zona de colocação e remoção de EPI's (equipamentos de proteção individual) e uma farmácia. O Hospital de Campanha Porto. foi erguido em 17 dias e começa a receber os primeiros doentes já a partir desta terça-feira.

Rui Moreira, o secretário de Estado responsável pela coordenação da execução do Estado de Emergência na região Norte, Eduardo Pinheiro, o presidente da Secção Regional do Norte da Ordem dos Médicos, António Araújo, e os presidentes dos Conselhos de Administração dos hospitais de São João e Santo António visitaram esta tarde o Hospital de Campanha Porto., enquanto decorria no interior do Super Bock Arena - Pavilhão Rosa Mota uma ação de formação a um grupo de cerca de 30 voluntários, entre médicos, enfermeiros, auxiliares e outros profissionais de saúde.

A unidade hospitalar de retaguarda, bastante ampla e bem dividida por três pisos, tem 27 enfermarias (a maioria delas com seis camas cada), um posto de comando, uma cantina e uma área de descanso, só no piso 0 (da arena propriamente dita). No piso inferior há mais 160 camas, balneários com chuveiros, e no piso 1 zonas de descanso equipadas com pequenos eletrodomésticos, como frigoríficos e microondas, um armazém, uma área reservada ao economato e uma farmácia. Em todo o anel, o sistema de climatização assegura uma temperatura ambiente bastante confortável para um pé direito de cerca de 30 metros.

Isto mesmo constatou esta tarde o representante do Governo responsável pela região Norte, que elogiou o resultado de um trabalho conjunto entre a Câmara do Porto, os dois hospitais centrais da cidade e a Secção Regional do Norte da Ordem dos Médicos. "O esforço de combate à pandemia tem de ser feito por todos, aos diversos níveis. Realço aqui o papel da autarquia do Porto, em particular este esforço de retaguarda que é tão importante, em particular aos hospitais de São João e Santo António", afirmou Eduardo Pinheiro no final da visita, acompanhada pela comunicação social.

Nos primeiros dias, a infraestrutura deverá receber entre 12 a 16 doentes, sendo que gradualmente será aumentada a receção de pessoas infetadas. "Provavelmente, iremos conseguir dar resposta a cerca de 20% dos doentes que as unidades [hospitalares] têm internados", informou o dirigente da Secção Regional do Norte da Ordem dos Médicos.

O Super Bock Arena - Pavilhão Rosa Mota vai receber três tipos de pacientes. "Doentes assintomáticos que não têm condições de isolamento no seu domicílio; doentes assintomáticos que têm alguma disfunção de outra doença que já tinham anteriormente, que não respiratória, e que necessitem de cuidados médicos básicos; e doentes que estejam em fase de recobro, de recuperação, e que ainda estejam à espera de negativar o teste", detalhou António Araújo, que vai assumir a coordenação do Hospital de Campanha Porto., com o apoio de mais três coordenadores, um para o pessoal médico, outro para os enfermeiros e o terceiro para os auxiliares.

Os circuitos no interior do equipamento, cedido pelo consórcio Círculo de Cristal, estão bem delimitados, prevenindo-se assim ao máximo possíveis contágios. Existe uma "área vermelha" por onde vão circular os doentes infetados, e uma "área verde", onde os voluntários podem circular mais à vontade, "fundamentais para a segurança de todos, principalmente dos profissionais de saúde, nomeadamente a nível de colocação de máscaras e de colocação de equipamentos de proteção individual", referiu o presidente a Secção Regional do Norte da Ordem dos Médicos.

Todos os profissionais de saúde que vão trabalhar no Hospital de Campanha Porto. são voluntários, confirmou Rui Moreira. A resposta, "infelizmente necessária", foi inicialmente pensada para servir de apoio aos idosos institucionalizados, a viver em lares ou residências coletivas da cidade, que estão a ser todos testados por iniciativa da Câmara do Porto, mas tendo o Seminário de Vilar disponibilizado o seu espaço para, com a Pousada da Juventude, dar essa retaguarda, o hospital de missão montado no Super Bock Arena - Pavilhão Rosa Mota pôde ser libertado para os doentes infetados, aliviando assim com maior eficácia a pressão dos dois hospitais centrais da cidade, a que se juntou o Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho, na semana passada.

"Não temos mãos a medir, o esforço de todos é pouco. Oxalá ele não venha a encher, oxalá ele não esteja aberto até 31 de julho. Não nos podemos fiar na sorte, temos de estar preparados para o pior, é isso que a Câmara tem feito", assinalou o autarca.

30 ventiladores doados por empresário multimilionário chinês

Jack Ma, cofundador e presidente executivo do grupo Alibaba, entregou ao Município do Porto 30 ventiladores, que já chegaram à cidade. Esta doação do empresário chinês vai direta para os hospitais de São João e Santo António, que receberão cada um 15 ventiladores.

Também graças às excelentes relações que o Município mantém com China, através da Embaixada e do representante do Governo de Macau em Portugal, Alexis Tam, já foi possível à autarquia receber uma doação de 5.000 testes, da Fundação Fosun e da Gestifute, para o programa de rastreio, único no país, a todos os idosos institucionalizados em lares e residências coletivas na cidade.

Esta estratégia integrada do Município do Porto, referiu esta tarde Rui Moreira, compreendeu ainda a participação da autarquia na montagem do primeiro centro de rastreio móvel do país, montado no Queimódromo.

Para o Hospital de Campanha Porto., de realçar ainda o apoio da Missão Continente, que vai doar bens alimentares, de higiene e limpeza, e ainda consolas e videojogos.

Desde a passada sexta-feira, decorre uma angariação de fundos para o Hospital de Campanha Porto., com a ajuda da RTP, através do telefone 761 10 10 50. Cada chamada confere o contributo imediato de 1€ (um euro), sendo também possível fazer um donativo para uma conta especificamente criada para este fim (PT50078101129112000018026).