Histórias da cidade: Também já houve “Casamentos de São João”

O São faz-se de tradição e modernidade. De lugares comuns. De memórias e costumes. De gentes locais e vizinhas. De turistas, que, este ano, voltaram a encher as ruas da cidade. Tempos houve também que do programa de festas constava os “Casamentos de São João”, iniciativa promovida pela Câmara Municipal, com um almoço oferecido na Casa do Roseiral.

Há quem diga que o São João também é casamenteiro. Mandava a tradição, que, ao toque da meia-noite, a menina casadoira atirasse um cravo para a rua. Se fosse apanhado por um rapaz, em breve ela casaria. “Ó meu S. João Baptista / ouvi-me que eu sou solteira / destinai o meu marido / nestas folhas de oliveira...”.

Daí até ao casamento seria um passo. A Câmara Municipal chegou a promover os “Casamentos de São João”. No Arquivo Municipal do Porto é possível descobrir alguns exemplos. Em 1967, no dia 23 de junho, na Casa do Roseiral, houve um “almoço oferecido pela Câmara Municipal do Porto aos noivos dos ‘Casamentos de São João’”.

Da ementa constava: canja de galinha, tripas à moda do Porto, carneiro assado, arroz de forno. Para entradas havia bolinhos de bacalhau, croquetes de carne, sandes variadas, bola de Vila Real e carnes frias sortidas. As sobremesas eram compostas por pastelinhos húngaros, rolos de chocolate e tortas diversas. Tudo regado com vinho verde branco, maduro branco e maduro tinto. Não podia faltar, naturalmente, o café, vinho do Porto e… os bolos de noiva.

Em 1971, novamente na véspera do feriado municipal e no mesmo local, a ementa pouco diferia: canja de galinha, tripas à moda do Porto e lombinhos de vitela com ervilhas. De entradas constavam bolinhos de bacalhau, croquetes de carne, sandes variadas, bola de Vila Real e carnes frias sortidas. Nas sobremesas repetiam-se os pastelinhos húngaros, rolos de chocolate e tortas diversas e nos vinhos não se fugia do verde branco, maduro branco e maduro tino, para além do vinho do Porto, café e os bolos de noiva.