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Histórias da cidade: há um sítio no Porto onde “as marionetas não morrem”

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Filipa Brito / Arquivo

Cumpriu-se esta semana o 8.º aniversário do Museu das Marionetas do Porto, um marco na existência mais ampla do Teatro de Marionetas do Porto, companhia que desde 1988 criou dezenas de espetáculos.

A constituição do Teatro de Marionetas do Porto remonta a setembro de 1988, “uma data simbólica que coincide com a apresentação da companhia na seleção oficial do Festival Mondial des Théâtres de Marionnettes, em Charleville-Mézières”, pode ler-se no site oficial.

O museu, que abriu portas a 3 de fevereiro de 2013, na Rua das Flores – em 2016 mudou-se para a Rua de Belomonte –, era o grande sonho do fundador do Teatro de Marionetas do Porto, João Paulo Seara Cardoso.

Em 2016, “no decurso do processo de mudança de instalações do Museu das Marionetas do Porto da Rua das Flores para a Rua de Belomonte”, foi também inaugurado o polo das Marionetas do Porto na Quinta de Bonjóia, no âmbito do apoio da Câmara do Porto à companhia, que ali desenvolve a missão de promover a inclusão e coesão social através da arte.

O espólio do museu conta com uma variedade de objetos, entre cartazes, peças de cenografia, fotografias, adereços, marionetas e vídeos de peças e documentários. “O Museu das Marionetas do Porto tem o charme de um pequeno lugar de descoberta do universo das marionetas contemporâneas”, descreve a companhia.

Localizado em pleno Centro Histórico do Porto, o espaço é uma homenagem à história do Teatro de Marionetas do Porto e à memória do seu fundador e diretor artístico, João Paulo Seara Cardoso, que morreu em 2010. Em 2001 tinha-lhe sido atribuída, pelo então presidente da Câmara do Porto, a medalha municipal de Mérito, grau Ouro.

Criador, com Jorge Constante Pereira, do celebrado programa infantil e educativo “Os Amigos do Gaspar” (que contava também com música de Sérgio Godinho, igualmente natural da cidade Invicta), João Paulo Seara Cardoso foi o impulsionador do Teatro de Marionetas do Porto, cujo repertório começou por integrar o “Teatro Dom Roberto”, fantoches da tradição portuguesa, herdados das mãos de mestre António Dias, último representante da geração de bonecreiros itinerantes.

A companhia foi ganhando dimensão e experimentando diversos terrenos criativos, tendo celebrado os seus 25 anos com a inauguração do Museu das Marionetas do Porto. Ultrapassadas as três décadas de existência, mantém-se como uma referência na cidade.

Este ano, o aniversário teve de ser celebrado de forma diferente, fruto das circunstâncias. Como o Teatro de Marionetas do Porto recordou na rede social Facebook: “Este ano, o aniversário do Museu das Marionetas do Porto faz-se de portas fechadas, para que em breve possamos estar todos juntos e celebrar a vida em pleno. As marionetas permanecem felizes à espera do nosso/vosso regresso, porque ‘... as marionetas não morrem.’” Como não morrem as histórias que elas contam.