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Histórias da cidade: da Invicta partiu a primeira campeã olímpica portuguesa e a estreia do skate nos Jogos

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Guilherme Costa Oliveira

Já decorrem, no Japão, os Jogos Olímpicos Tóquio 2020. O Porto, cidade que deu a Portugal a sua primeira campeã olímpica, foi ponto de passagem na qualificação em várias modalidades – com destaque para o skate, uma novidade no programa do maior evento desportivo do mundo.

Citius, Altius, Fortius – mais rápido, mais alto, mais forte –, o lema olímpico rege-se pelos valores da superação, excelência e desportivismo, síntese de um movimento orientado para a construção de um mundo melhor através do desporto. O Porto não passou ao lado da história dos Jogos Olímpicos: é natural da Invicta a primeira mulher portuguesa a conquistar uma medalha olímpica de ouro, um feito obtido por Rosa Mota, em 1988.

Uns Jogos Olímpicos são uma coleção de momentos icónicos, mas poucos se aproximam do simbolismo da maratona. A corrida de 42.195 metros faz parte dos Jogos desde o início da era moderna, em 1896, e surgiu como forma de homenagear a lenda de Fidípides. Coube a este soldado ateniense, por volta do ano 490 a.C., fazer o percurso entre Maratona e Atenas, para dar conta da vitória numa batalha contra os persas. As duas cidades distam cerca de 40 quilómetros e Fidípides cumpriu a missão, mas acabou por morrer de exaustão logo a seguir.

A história trágica serve de inspiração para milhares de atletas superarem os seus limites e conquistarem a dimensão mítica da maratona. Contudo, só em 1984, nos Jogos Olímpicos de Los Angeles, é que foi feita uma corrida também para mulheres. A portuense Rosa Mota conquistou uma medalha de bronze logo nessa prova inaugural (no mesmo ano, Carlos Lopes venceria a prova masculina), um ensaio positivo para o sucesso absoluto na edição seguinte.

Em 1988, Rosa Mota impôs-se à concorrência e subiu ao lugar mais alto do pódio: em Seul, na Coreia do Sul, a atleta portuense conquistou a medalha de ouro, tornando-se na primeira mulher portuguesa a sagrar-se campeã olímpica.

Estreia do skate

O futuro dos Jogos Olímpicos também se liga ao Porto. A cidade foi palco de qualificação em duas modalidades, uma delas novidade absoluta no programa de Tóquio 2020. O skate faz a sua estreia no Japão e o apuramento passou pelo Skate Park de Ramalde, que em maio acolheu a etapa portuguesa da Liga Pro Skate, evento pontuável para o ranking mundial que definiu a qualificação para estes Jogos.

No mesmo mês, a Porto Finn Gold Cup 2021 disputou-se ao largo das praias do Porto, Matosinhos e Vila Nova de Gaia, atribuindo as derradeiras vagas para Tóquio 2020 na mais antiga classe olímpica de vela.

O nome da cidade Invicta viaja até ao Japão à boleia da nadadora Angélica André, do Fluvial Portuense, que vestiu a marca Porto. na preparação para Tóquio 2020, ou dos irmãos velejadores Pedro e Diogo Costa, vice-campeões do mundo. Mas não são os únicos, porque entre atuais e antigos estudantes, a Universidade do Porto estará representada por uma dezena de desportistas.

Na última ocasião em que os Jogos Olímpicos se realizaram na Europa, em 2012, em Londres, o olimpismo esteve bem presente no Porto – pela primeira vez, a cidade acolheu a Semana Olímpica, o maior evento nacional de divulgação e promoção do espírito olímpico. Organizado pela Comissão de Atletas Olímpicos, decorreu na Faculdade de Desporto da Universidade do Porto, com a participação de vários atletas.

Caberá aos mais jovens defender e cultivar os valores deste movimento. Nesse sentido, no início de julho, os alunos do Agrupamento de Escolas do Cerco tiveram oportunidade de celebrar o Dia Olímpico, no âmbito do programa educativo do Comité Olímpico de Portugal.

A primeira edição dos Jogos Olímpicos do Agrupamento de Escolas do Cerco do Porto teve como atletas os alunos dos 3.º e 4.º anos das várias escolas do agrupamento, em provas de atletismo (corrida de 40 metros, salto em comprimento e lançamento do peso), basquetebol (circuito técnico), futebol (5x5), ginástica e judo. A atividade incluiu uma cerimónia de abertura e uma tocha olímpica simbólica. Para que a chama do desportivismo nunca se apague.